segunda-feira, 4 de julho de 2011

Greve contra reformas em aposentadorias britânicas tem adesão de 750 mil servidores

Um total de até 750 mil funcionários do serviço público britânico aderiu a uma greve de 24 horas nesta quinta-feira (30) contra projetos do governo de reformar o sistema de aposentadorias do país, segundo sindicatos britânicos.
Milhares estão participando de uma manifestação em Londres e outros protestos ocorrem em cidades britânicas. Mais de 40% das escolas públicas da Inglaterra e País de Gales foram fechadas ou estão funcionando parcialmente, pois os professores membros de três sindicatos aderiram à paralisação.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, condenou a greve classificando o movimento de irresponsável e afirmou que as mudanças anunciadas pelo governo são ''justas com o contribuinte e com o setor público''.
Cameron argumenta que um aumento na expectativa de vida bem como um déficit público de 10% tornam essenciais as reformas no setor previdenciário.
O impacto da paralisação já começou a ser sentido na quarta-feira em portos e aeroportos, quando alguns funcionários da Agência de Fronteiras britânica começaram a greve por volta das 18h (horário local).
Passageiros que chegaram à Grã-Bretanha receberam o aviso de que poderiam ocorrer atrasos. No entanto, a maior parte dos portos e aeroportos britânicos não registrou problemas nesta quinta-feira.
E aqueles que estão de partida da Grã-Bretanha não foram afetados, uma vez que passageiros que saem do país lidam apenas com agentes de segurança - que não interromperão suas atividades -, mas não com funcionários do serviço de imigração.
Adesão
O governo enfatizou que a grande maioria dos tribunais, centros de emprego, e serviços de assistência telefônica nos setores de impostos e imigração deverão funcionar normalmente.
''As pessoas vão se perguntar por que professores e alguns servidores públicos estão aderindo à greve enquanto ainda estão sendo realizadas discussões sobre como manter os serviços públicos entre os melhores disponíveis'', disse, em entrevista à BBC, o ministro da Economia britânico, Francis Maude.
''Mas as pessoas estão vivendo por mais tempo. É perfeitamente aceitável que se espere trabalhar por um pouco mais de tempo antes de podermos recorrer às aposentadorias, que ainda estarão entre as melhores, e pedir que se pague um pouco mais porque outros contribuintes que estão pagando o complemento tiveram impactos em suas próprias pensões.''
O diretor-geral da Câmara Britânica de Comércio, David Frost, diz que o plano de reformar o sistema de aposentadorias é ''essencial'' e pode impulsionar o setor comercial da Grã-Bretanha.
''O setor público precisa despertar para a dura realidade de conceder aposentadorias em um mundo que passa por rápidas transformações, e o setor público precisa fazer o mesmo. Se a Grã-Bretanha for vista como um país onde há muitas greves do serviço público, poderá perder a confiança dos investidores, e o país passar a ter dificuldade de atrair novas empresas'', afirmou Frost.
Mark Serwotka, secretário-geral do PCS, afirmou que não houve outro caminho se não o da greve, já que o governo não está preparado para ''ceder em qualquer um dos temas centrais que levaram à greve''.
Kevin Courtney, vice-secretário-geral do sindicato nacional de professores (NUT, na sigla em inglês), disse reconhecer que a paralisação afeta professores e alunos: ''Esperávamos alcançar acordos antes da greve, mas o governo não está levando a sério a realização de negociações''.

Fonte: Sintrafesc

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