quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

NOTA DE REPÚDIO

O Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Sindalesc), entidade representativa dos servidores do Parlamento Catarinense, manifesta nota de repúdio à Lei Complementar, nº 485, de 11 de janeiro de 2010, que dispõe sobre a alteração do quadro de pessoal dos serviços jurídicos das Autarquias e Fundações e adota outras providências, enviada à Alesc pelo ex-governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira, em 1º dezembro de 2009, e aprovada pelos senhores deputados.

Dentre os artigos da lei, destaca-se a concessão de um benefício considerado ‘’imoral’’, que garante ao servidor público que ocupar uma cadeira na Alesc, o direito de perceber os proventos de deputado ao se aposentar.

Diante das políticas de arrocho salarial a que estão sendo submetidas diversas categorias de trabalhadores no serviço público, os parlamentares catarinenses aprovaram uma lei que traz reflexos negativos perante a opinião pública e a todas as entidades sindicais.
Mesmo estando dentro da legalidade a lei é imoral e depreciativa à imagem do Poder Legislativo Catarinense. Neste ano de 2010, diversas categorias de trabalhadores no serviço público não obtiveram êxito em relação às políticas salariais, sob a alegação do governo de que a aprovação dos benefícios iria gerar um impacto financeiro na receita do Estado.

Se para os servidores não existe possibilidade de negociação salarial, aos senhores deputados a situação é bem diferente, uma vez que na aprovação desta lei o impacto financeiro e a Lei de Responsabilidade Fiscal não servem de desculpa para que o deputado/servidor possa garantir um benefício em sua aposentadoria.

A ilegalidade da Lei Complementar, nº 485/2010, está sendo discutida no Poder Judiciário, desde maio de 2010, quando o TJ recebeu Ação Direta de Inconstitucionalidade por parte do Ministério Público do Estado. O Sindalesc tem confiança de que o Poder Judiciário Catarinense irá manifestar decisão pela derrubada do benefício, pois trata-se de uma lei imoral, que afronta a todos os trabalhadores catarinenses.

A diretoria

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CONVITE

A Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz tem a satisfação de convidá-lo(a) para participar de nossa “CELEBRAÇÃO DE FINAL DE ANO”. Será no Plenarinho Deputado Eduardo Paulo Stuart Wright, da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, às 19 horas do dia 14/12/2010. Na oportunidade estaremos lançando o PACTO ESCOLA E COMUNIDADE, pela não violência, propondo a formação de redes para buscarmos saídas para as situações de violência vivenciadas nas escolas integrantes da Comisão de Educação. Nosso lema “REESCREVER O MUNDO COM LÁPIS E NÃO COM ARMAS”. Apresentaremos os(as) GESTORES(AS) eleitos pelas suas comunidades escolares, contemplando todos os segmentos - pais, alunos(as), professores(as) e funcionários(as) da APP -, para a gestão 2011/2012.


Sua presença é muito importante.

Atenciosamente,

Pe. Vilson Groh
Comissão de Educação do Fórum do Maciço do Morro da Cruz
Contato: Cátia Antunes Pereira – 9998 8156
Secretária Executiva da CEFMMC

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

CURSO DE COMUNICAÇÃO DISCUTE A MÍDIA NO SÉCULO 21




Enquanto a polícia subia o morro do Complexo do Alemão (RJ), sendo esta a principal pauta de notícias exploradas pela imprensa brasileira, no dia 24 de novembro, os jornalistas Marcos Aurélio Gungel, secretário de Comunicação do Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa (SINDALESC), Jean Saibro, assessor de imprensa da entidade e mais 280 colegas, participavam, na cidade do Rio de Janeiro, pela segunda vez, do “16º Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação”, cujo tema este ano foi “O Poder da Mídia no Século 21”.

Foram quatro dias de debates e discussões com importantes jornalistas, sociólogos, pesquisadores, historiadores, professores de Comunicação, cientistas políticos, sindicalistas e convidados internacionais, como o escritor paquistanês Tariq Ali, crítico ferrenho da política externa dos Estados Unidos e conhecido mundialmente por seu ativismo social.

No entanto, evidentemente, que os assuntos mais debatidos foram, pelas circunstâncias, a invasão ocorrida no Complexo do Alemão e as UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora), - novo modelo de Segurança Pública e de policiamento que promove a aproximação entre a população e a polícia, aliada ao fortalecimento de políticas sociais nas comunidades.

O curso promovido pelo NPC tem por finalidade promover a reflexão da produção jornalística como ferramenta de luta da classe trabalhadora contra a hegemonia dos grandes meios de comunicação. Destaca-se ainda a abordagem de temáticas na área de produção de mídias (textos, linguagem, projeto gráfico, fotografia), como forma de estender a comunicação popular e das redes sociais como instrumento de contraposição ao discurso oficial da grande mídia.

Para homenagear as lutas da classe trabalhadora o NPC lembrou os 100 anos da Revolta da Chibata, revolta ocorrida em 1910, quando mais de 2 mil marinheiros da Marinha do Brasil, liderados por João Cândido Felisberto, tomaram os principais navios de guerra e apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro, em protesto contra os castigos físicos aplicados aos marinheiros, sendo a negros. Durante seis dias (22 a 27 de novembro), os rebelados ameaçaram bombardear a cidade.
Com o fim da rebelião os marinheiros foram castigados com prisões, mortes e fuzilamentos. João Cândido foi preso na Ilha das Cobras, internado em um hospital psiquiátrico e expulso da Marinha. Em junho de 2008 lhe foi concedida anistia post mortem.
Tudo relacionado com o papel da Mídia neste século, já que ela está ocupando papel central na vida das pessoas.

Principais temas em debate:

- Centralidade da mídia na disputa de mundo;
- Mídia na segunda década do século XXI;
- Análise da Mídia no Brasil e na América Latina;
- Comunicar no Brasil de hoje;
- Domingo é dia de cinema.

XXV ENCONTRO DA FENALE - SÃO LUÍS (MA)

XXV ENCONTRO DA FENALE ACONTECEU NO MARANHÃO promovendo fortalecimento da entidade, reforma do estatuto e discussão para criação da Confederação Nacional

O XXV Encontro Nacional realizado pela Federação Nacional dos Servidores dos Legislativos Federal, Estaduais e do Distrito Federal (Fenale) foi organizado pelo Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (Sindsalem), com apoio da Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (Asalem), da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) e da Prefeitura Municipal de São Luis.

O evento contou com a participação de dezessete entidades representativas de servidores dos legislativos, num total de doze Estados brasileiros. Os dirigentes do Sindalesc Rubenvaldo da Silva, Isabel Cristina Carneiro Schaefer, José Agrício Gonçalves e Nelson Henrique Moreira participaram do encontro realizado em São Luis, no Maranhão, de 24 a 26 de novembro de 2010.

O Encontro teve na sua abertura oficial a execução do Hino Nacional, hasteamento das bandeiras do Brasil, do Maranhão e de São Luis. Em seguida os participante dirigiram-se ao auditório Fernando Falcão, na Alema, para composição da Mesa e abertura dos trabalhos, tendo como pauta : “A PREVIDÊNCIA ONTEM, HOJE E AMANHÃ?”. O tema foi apresentado pelo Dr. Francisco Soares Reis, procurador federal aposentado e ex-chefe da Procuradoria Federal Especializada do INSS, no Maranhão que apresentou as ações da previdência, em especial no serviço público, e outros assuntos de interesse geral dos participantes.

No período da tarde a Dra. Maria da Graça Marques Cutrim, Secretária Adjunta da Seguridade Social, ligada a Secretaria de Estado da Administração abordou o tema: Seguridade Social do Servidor Público, na qual a palestrante fez uma abordagem sobre as reformas da previdência no serviço público e sua aplicação no Estado do Maranhão. Após a palestra teve início o “Pinga-Fogo”, onde as entidades trocaram experiências e relataram a situação político-administrativo nos seus estados.

REFORMA DO ESTATUTO E CONFEDERAÇÃO

No dia 25 de novembro, foi promovida a discussão sobre a proposta de criação da Confederação dos Servidores Legislativos e dos Tribunais de Contas do Brasil. A abordagem do tema foi feita pelo presidente da Federação Nacional dos Servidores das Câmaras Municipais e dos Tribunais de Contas Municipais (Fenalegis), Antonio Carlos Fernandes, e pelo ex-presidente do Sindicato dos Servidores do Congresso Nacional e do Tribunal de Contas da União ( Sindilegis), Ezequiel Nascimento.

Passou-se à discussão e aprovação da reforma estatutária, que adaptou a entidade às exigências do Ministério do trabalho e Emprego (Portaria nº 186) a fim de possibilitar a conquista da Certidão Sindical, que lhe dará muito mais força para a defesa dos direitos e anseios dos servidores dos Legislativos de todo o Brasil.

No terceiro dia com a continuidade das discussões da rerratificação do estatuto social da FENALE, a plenária votou favorável ao "Título VIII - Das Disposições Transitórias no seu ART 92 - A FENALE fica autorizada a participar da fundação e a se filiar à Confederação Nacional de Servidores do Poder Legislativo e Tribunais de Contas do Brasil" mediante a constituição de uma comissão constituída por 3 sindicalistas: Nailor Vargas Marcondes de Souza - SISALMS/MS - Sindicato dos Servidores da Assembléia Legislativa do Estado do Mato Grosso do Sul, Isabel Cristina Carneiro Schaefer - SINDALESC/SC - Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina e Maurício Moura Maranhão da Fonte - SISALEPE/PE - Sindicato dos Servidores da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco para compor os trabalhos da comissão principal.

Nesse mesmo dia também foi realizado reunião de Diretoria, bem como a reunião do Conselho de Representantes com a aprovação das contas e do relatório de atividades da Diretoria durante 2010, além de diversas Moções, finalizando com a elaboração e aprovação da Carta de São Luís, documento oficial que referenda as discussões realizadas no Encontro Nacional e estabelece os compromissos de lutas a serem realizadas pelas entidades que constituem a Federação.


CARTA DE SÃO LUÍZ

Reunidas na terra do grande poeta Gonçalves Dias, nesta cidade de São Luís, no Estado do Maranhão, as entidades representativas filiadas à FENALE – FEDERAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES DOS PODERES LEGISLATIVOS FEDERAL, ESTADUAIS E DO DISTRITO FEDERAL, participantes do XXV Encontro da FENALE, realizado de 24 a 26 de novembro de 2010, onde foram debatidos sob o tema central “A Previdência Ontem, Hoje... e Amanhã? - Perspectiva da Previdência Social do Servidor Público”, onde, após palestras e debates, DELIBERAM e tornam público a todos os poderes constituídos, às entidades da nossa sociedade civil e ao povo brasileiro os compromissos de RATIFICAR as decisões tomadas em todos os congressos passados e no Encontro de São Luís, no sentido de:

1 - Ampliar a discussão e aprimorar o entendimento do servidor público sobre os aspectos positivos e negativos da previdência sob o novo regime;

2 - Que os cursos de aprimoramento e valorização visem à profissionalização dos servidores efetivos;

3 - Defender o cumprimento da imposição constitucional do acesso aos cargos do Poder Legislativo somente por concurso público;

4 - Continuar a combater a terceirização no serviço público;

5 - Ampliar o combate à prática do assédio moral no serviço público, em todas as esferas;

6 – Defender a participação paritária dos servidores nos Conselhos Gestores dos Fundos de Previdência;

7 - Intensificar gestões junto à UNALE, no sentido de ampliar o diálogo acerca das questões relacionadas aos servidores do Poder Legislativo;

8 - Lutar por condições adequadas de trabalho, saúde, higiene e segurança em todas as Casas Legislativas, bem como pelo desenvolvimento de programas de preparação para a aposentadoria;

9 - Prosseguir na luta pelos direitos adquiridos, pela preservação da paridade e pelo tratamento igualitário entre os servidores ativos, aposentados e pensionistas. Finalmente, as entidades participantes do encontro RATIFICAM a FENALE como legítima representante do conjunto dos servidores dos Poderes Legislativos Federal, Estaduais e do Distrito Federal.

São Luís, 26 de novembro de 2010
FENALE-FEDERAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES DOS PODERES LEGISLATIVOS FEDERAL, ESTADUAIS E DO DISTRITO FEDERAL

AFALESP/SP, AFIAL/RS, ASALEM/MA, ASALERJ/RJ, ASPAL/SP, SINDAL/MT,SINDALEMG/MG, SINDALERJ/RJ, SINDALESC/SC,SINDILEGIS/ES, SINDSALEM/MA, SINDSEL/AP, SINFEEAL/RS, SINPOL/PB,SISALEPE/PE, SISALMS/MS e STPLAL/AL

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ASSEMBLEIA LEGISTIVA DO ESPÍRITO SANTO PODE EXTINGUIR CARGOS COMISSIONADOS

A reforma administrativa na Assembleia Legislativa do Espírito Santo está definindo os rumos que podem ser tomados no Parlamento daquele Estado, ao promover a redução de 276 vagas de cargos comissionados a serem substituídos por concurso público.

Confira os links dos jornais Gazeta e A Tribuna

http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2010/12/708131-uma+chance+para+diminuir+a+farra+das+indicacoes.html


http://www.redetribuna.com.br/administrador/imagens/pdfdia/politica_29.pdf

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Escola do MST tem a melhor nota do ENEM em Santa Catarina

Na Escola Semente da Conquista, localizada no assentamento 25 de Maio, em
Santa Catarina, estudam 112 filhos de assentados, de 14 a 21 anos. A escola
é dirigida por militantes do MST eprofessores indicados pelos próprios
assentados do município de Abelardo Luz, cidade com o maior número de
famílias assentadas no estado. São 1418 famílias, morando em 23
assentamentos.

A escola foi destaque no Exame Nacional do Ensino médio (Enem) de 2009,
divulgado na pagina oficial do Enem. Ocupou a primeira posição no
município, com uma nota de 505,69. Para muitos, esses dados não são mais
do que um conjunto de números que indicam certo resultado, mas para nós,
que vivemos neste espaço social, é uma grande conquista.

No entanto, essa
conquista,
histórica para uma instituição de ensino do
campo, ficou fora da atenção da mídia, como também pouco reconhecida
pelas autoridades políticas de nosso estado. A engrenagem ideológica
sustentada pela mídia e pelas elites rejeita todas as formas de
protagonismo popular, especialmente quando esses sujeitos demonstram, na
prática, que é possível outro modelo de educação.

A Escola Semente da Conquista é sinal de luta contra o sistema que nada
faz contra os índices de analfabetismo e do êxodo rural. Vale destacar
que vivemos numa sociedade em que as melhores bibliotecas, cinemas, teatros
são Mais de 100 filhos de assentados estudam na Escola para uma pequena
elite. Espaços culturais são direitos universais, mas que são realidade
para poucos.

E mesmo com todas as dificuldades a Escola Semente da Conquista foi
destaque entre as escolas do Município. Este fato não é apenas mérito
dos
educandos, mas sim de uma proposta pedagógica do MST, que tem na sua
essência a formação de novos homens e mulheres, sujeitos do seu processo
histórico em construção e em constante aprendizado.

Marquinho Mota
Assessoria de Comunicação - Rede FAOR
faor.comunicacao@faor.org.brwww.faor.org.br
www.xingu-vivo.blogspot.com(91) 32614334 - FAOR
(91) 8268 4457 - Belém

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SINJUSC - Chapa 1 vence eleição com 60% dos votosSex

Apurados os votos de todas as comarcas a chapa 1, concorrente nas eleições do SINJUSC, foi eleita com 60% dos votos. Foram 1.242 votos contra 907 obtidos pela chapa 2. Foram computados ainda 12 votos brancos e 22 nulos. Cláudio Del Prá Netto, técnico judiciário auxiliar, lotado no Tribunal de Justiça é o presidente eleito e junto com todos os demais diretores será empossado em dezembro para um mandato de 3 anos.

A totalização dos votos aconteceu no dia 5 de novembro pela comissão eleitoral, mas a proclamação da vitória aconteceu ainda no dia 4 às 21h. A apuração foi acompanhada por representantes das duas chapas e por diversos sindicalistas.

A vice-presidente do Sindicato dos servidores do judiciário da Bahia, Jaciara Cedraz, esteve no Fórum da Capital e no TJ e também participou da apuração dos votos que aconteceu no auditório da sede do SINJUSC.

O processo eleitoral transcorreu de forma tranqüila e democrática em todos os locais de trabalho onde foram coletados os votos. A direção do SINJUSC cumprimenta todos e todas que participaram desta eleição, atuando como mesários e apuradores, ressaltando a importância de cada um para a construção de um sindicato e um sindicalismo que cada vez mais represente todos os servidores do judiciário.

Juntamente com os 23 membros da nova diretoria e do conselho fiscal foram eleitos também 28 representantes regionais. A posse acontece no mês de dezembro ainda sem local e data definidos.

Diretoria eleita
Cláudio Del Prá Netto - TJ
Nedi Teresinha de Villa Moreira – São Miguel do Oeste
Gisele Mangili Nuernberg - Criciúma
Alesandro Jorge Pickcius - Capital
Ricardo Schmitt Maes - Navegantes
Vilmarize Terezinha Bughay Wilkosz – Porto União
Cristiane Muller - Blumenau
Liliane de Fátima Araújo - Chapecó
Lauro Ramme – Xanxerê
Rodrigo Cesar Cassula - Capital
Rafael Bertoncini Soares - Joinville
Soraia Joselita Depin – Porto Belo
Volnei Rosalen - Capital
Ignez Busnello Durgante - Concórdia
Adrian Pablo Gutierrez Fernandez - Irtajaí
Cléia Bardini – Balneário Camboriú
Dalmo Gerson Muniz - Chapecó
Luiz Nascimento Carvalho - Canoinhas

José Valvenir Dana - Araquari
Catia Ana Seffrin - Concórdia
Dulce Zaccarom Fontoura - Timbó
Dulci da Rocha Liegel - Caçador
Consuelo Mora – Rio do Sul

Enéas Luis Cesconetto - Araranguá
Andresa Silveira Feliciano - Içara
Valfrida de Oliveira - Criciúma
Antônio Carlos Alves Dias - Imaruí
George Reinaldo Fernandes - Capital
Mariléa Santos - TJ
Nildo Costa - Palhoça
Marcia Minatto - Norte da Ilha
Marcos Joel do Canto Brum - Tijucas
Irma Fátima Campagnolo - São José
Agda Assunção Rezzadori - TJ
Sabrina Zoz - Jaraguá do Sul
Lucimara Voltolini - Brusque
Chrystian Cezar de Borba - Barra Velha
Ilson Sedlacek - Ibirama
Maria Elisaneas Santos - Blumenau
Odete Terezinha Zamboni - Ituporanga
Célio Zeferino Soares - Joinville
Miroslawa Grochowwicz - S. F. do Sul
Dinacir Mancera Flores - Mafra
Mirta Walbrink - Palmitos
Harlei Mariane B. Zilles - Descanso
Mercedes Carvalho - Pinhalzinho
Lademir Hoffman - São Domingos
Fernanda Ely Borba - Itá
Consuelo Zotti - Ipumirim
Sandra Maria A.Bones - Curitibanos
Lidia Maria Ribeiro - Lages

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CNJ reconhece existência de nepotismo no TJ de Santa Catarina


Ter, 05 de Outubro de 2010 17:42

O Plenário do Conselho Nacional de Justiça reconheceu hoje por unanimidade a ocorrência de nepotismo na Administração do Tribunal de Justiça de Santa Catarina e determinou a anulação dos atos respectivos. O CNJ acolheu a denúncia formulada pelo Sinjusc através do Procedimento de Controle Administrativo – PCA Nº 0003684-11.2010.2.00.0000, que apontava que três membros da mesma família ocupavam cargos comissionados no Tribunal. A situação envolve o Diretor-Geral do Tribunal, Sérgio Galizza e seu irmão, Celso Galizza, que era Diretor de Engenharia e Arquitetura ao tempo da denúncia, além da servidora Fernanda Galizza, Assistente de Juiz na data da denúncia e filha do Diretor-Geral.

O Conselho rejeitou os argumentos da defesa. A alegação de que os irmãos ocupavam cargos de carreira, situação que excepciona a proibição do nepotismo, não prevaleceu, porque a Resolução 07 do CNJ exige, cumulativamente, que o cargo efetivo e o comissionado sejam de igual escolaridade. Os irmãos, porém, ocupam cargos efetivos de nível médio e foram nomeados para funções de nível superior.

Também não aceitou a alegação de “anterioridade” das nomeações da filha e do irmão do Diretor-Geral. O Conselheiro Relator esclareceu que as designações ocorreram no curto espaço de tempo em que Celso Galizza esteve afastada da Administração do Tribunal, não permitindo aplicar a outra exceção prevista na Resolução 07/2005.

Segundo o Conselheiro Felipe Locke Cavalcanti, a situação é de “evidente nepotismo”. Além disso, o CNJ decidiu instaurar procedimento para investigar a ocorrência de “transposições” nos quadros do TJSC, que foi uma das circunstâncias que afloraram na instrução deste PCA, bem como proibir novas investiduras dos envolvidos em cargos comissionados.

O advogado Pedro Mauricio Pita Machado, que representou o SINJUSC, lastima que duas décadas depois da Constituição de 1988 e mais de 5 anos depois de editada a Resolução 07 do CNJ, ainda seja preciso questionar as Administrações sobre a prática de nepotismo.

“Como o STF já decidiu, o nepotismo é incompatível com os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade administrativa e é obrigação de todo agente público combatê-lo, onde quer que esteja presente”, sentencia.

O advogado da Pita Machado Advogados, que presta assessoria jurídica ao Sindicato, esclarece que tão logo intimado da decisão o Presidente do TJSC deverá adotar as providências para desconstituir os atos administrativos de nomeação dos parentes.

Deputados questionam limites das atribuições de cada poder

07/10/2010 11:04
Câmara dos Deputados

Duas decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) que mudam leis aprovadas pelo Congresso fizeram ressurgir o debate sobre o limite das atribuições dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Sônia Baiocchi

Para alguns deputados, STF ocupa vácuo do Legislativo; para outros, invade competência do Congresso.No mês passado, o STF liberou os juízes para sentenciar traficantes com penas alternativas, derrubando probição contida na Lei Antidrogas (11.343/06). Às vésperas da eleição, o STF derrrubou a obrigatoriedade de o eleitor apresentar dois documentos para votar, prevista na Lei 12.034/09. Além disso, o tribunal discute a validade da Lei da Ficha Limpa para as eleições deste ano.

Para o deputado João Campos (PSDB-GO), o Judiciário praticamente legisla em suas decisões. Ele citou o caso da súmula vinculanteMecanismo que impede juízes de instâncias inferiores de decidir de maneira diferente do Supremo Tribunal Federal nas questões nas quais este já tenha firmado entendimento definitivo – expresso por meio de súmula. que disciplinou o uso de algemas somente em casos excepcionais, quando há ameaça concreta à segurança alheia. A decisão foi tomada com base em um único caso e se tornou precedente jurídico para todas as situações.

“É uma inversão de papéis. Daqui a pouco, alguém é preso pela polícia, o judiciário demora a julgar e é a Câmara quem dará a sentença?”, questionou o parlamentar. Segundo ele, o ativismo judicial vem mais da necessidade de afirmação do Judiciário junto à sociedade do que por outras circunstâncias, como uma crise de funcionalidade do Legislativo.

Readequação do poderes
O deputado Regis de Oliveira (PSC-SP) não acha que esteja havendo a substituição de um poder pelo outro. “A gente pode criticar, por exemplo, a súmula das algemas. Isso pode causar mal-estar inicial, mas é fruto do espaço dado pelo Legislativo e da interpretação judicial”, explicou o parlamentar.

Segundo ele, a democracia brasileira passa por um momento histórico de readequação de funções dos poderes. “O Legislativo tem sido titubeante em algumas decisões. O Judiciário, então, tem invadido essa esfera e imposto suas decisões”, disse Oliveira. Para o deputado, a politização do Judiciário é uma atitude positiva.

Oliveira cita, como exemplo, o caso de decisões judiciais sobre direito a remédios e internações, independentemente de análise orçamentária. O Judiciário, segundo ele, é obrigado a “interpretar” a Constituição nas normas relativas ao direito à saúde.

Reforma política
Na opinião do deputado José Genoíno (PT-SP), a relação entre os três poderes precisa de um novo formato, que deve ser definido por uma reforma política. “O Legislativo precisa ter mais iniciativa, pois a falta de iniciativa deixa um vácuo para o Judiciário”, argumentou.

Genoíno avalia que é necessário equilibrar a relação entre os poderes para diminuir a tensão na aplicação das atribuições do Estado. “Às vezes, o Congresso não resolve e acaba transferindo [a solução] para o Judiciário. Mas há também agentes do Legislativo que acabam judicializando a política”, afirmou o parlamentar.

Atentado em mesquita mata governador e mais 15 no Afeganistão

08/10/2010
UOL

KUNDUZ, Afeganistão (Reuters) - O governador da província afegã de Kunduz e 15 outras pessoas foram mortos nesta sexta-feira em um ataque com bomba em uma mesquita na província de Takhar, no norte do Afeganistão, informou o chefe da Polícia da região.

"A situação é caótica. Ainda não sabemos se foi um ataque suicida ou uma bomba que já havia sido plantada na mesquita", disse Shah Jahan Noori, chefe da Polícia da província de Takhar, em declaração à Reuters.

(Reportagem de Fraidoon Elham e Hamid Shalizi)

Amazônia teve 265,1 km² desmatados em agosto, aponta Inpe; área


08/10/2010

Camila Campanerut

Do UOL Notícias
Em Brasília

Os pontos amarelos representam as áreas desmatadas; a mancha rosa corresponde ao território encoberto por nuvens, que não pôde ser analisado
O desmatamento da Amazônia Legal Brasileira em agosto foi de 265,1 km², segundo apontou o sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A área corresponde a 24,1 campos de futebol.

Em relação a agosto do ano passado, quando 498 km² foram degradados, houve um redução de 47% nos cortes.

O Pará foi o Estado que mais destruiu a floresta - foram 134,1 km². Mato Grosso (54,9 km²), Amazonas (26,4 km²), Rondônia (25,3 km²), Maranhão (16,9 km²), Roraima (3,9 km²), Acre (2,2 km²) e Tocantins (1,5 km²) também aparecem na lista.

Apesar de ter se destacado como o que mais destruiu no último mês de pesquisa, o Pará chama a atenção por ter sido o Estado que registrou maior queda do desmatamento entre janeiro e agosto deste ano. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a área de corte passou de 1.275,74 km² para 599 km², uma queda de 53%.

“Observou-se um padrão de redução de desmatamento sustentado que se deve a dois grandes fatores: a nova lógica de planejamento, feita com outros órgãos federais e estaduais, [e a parceria com a polícia] nas operações Arco de Fogo e Arco Verde”, ressaltou a ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira.

Ela anunciou nesta sexta-feira (8) que a partir de agora os dados anunciados nos próximos meses serão obtidos pela tecnologia japonesa Alos (Advanced Land Observing Satellite), resultado do convênio firmado entre o Ministério e a Agência Espacial Japonesa (JAXA).

Segundo ela, diferentemente do sistema Deter, o Alos consegue enxergar através das nuvens.

Pelos dados divulgados hoje, houve degradação tanto das áreas de corte raso (quando os satélites detectam retirada completa da floresta nativa), quanto das áreas de degradação progressiva. As áreas não monitoradas devido à cobertura de nuvens somaram 17% em agosto.

Chinês Liu Xiaobo é o vencedor do Nobel da Paz


08/10/2010 -

Do UOL Notícias

Em São Paulo

O dissidente chinês Liu Xiaobo foi o vencedor em 2010; VEJA OUTROS VENCEDORES DO NOBEL DA PAZ

Veja lista com todos os ganhadores do Nobel da Paz
O ativista chinês Liu Xiaobo é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2010, conforme anunciado em Oslo, na Noruega, nesta sexta-feira (8). Liu, um ex-professor de literatura, é o primeiro cidadão chinês a receber o prêmio. Ele passou os últimos 20 anos entrando e saindo das prisões chinesas por defender reformas democráticas.

Liu, de 54 anos, foi detido pela primeira vez após os célebres protestos do movimento estudantil na praça da Paz Celestial, em Pequim, em junho de 1989, violentamente reprimidos pelo governo.

Liu foi preso novamente em 2008 por ter sido um dos 10 mil signatários da Carta 08, petição formulada para exigir reformas políticas no regime comunista chinês.

Em dezembro de 2009, o dissidente foi condenado a 11 anos de prisão por "subversão", em um julgamento que gerou uma onda de protestos por todo o mundo.

Ao anunciar o prêmio, o presidente do Comitê Nobel, Thorbjoern Jagland, afirmou que a China, segunda maior economia mundial, deveria assumir "mais responsabilidades" devido a seu cada vez mais importante papel no cenário internacional.

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Dissidente chinês se mostra "emocionado" com Nobel da Paz para colega
Dissidente chinês Liu Xiaobo é um incansável ativista pró-democracia; leia perfil
Governo chinês diz que escolha de Prêmio Nobel da Paz é "blasfêmia"
Liu receberá o prêmio "por seu longo trabalho não violento em favor dos direitos humanos na China", assinalou o Instituto. "O comitê Nobel deliberou largamente antes de tomar esta decisão que relaciona os direitos humanos e a paz".

"Nas últimas duas décadas, Liu Xiaobo foi um grande porta-voz em favor da aplicação dos direitos fundamentais na China", acrescentou a instituição.

China chama concessão de Nobel de "obscenidade"
Pequim já havia antecipado que Liu Xiaobo poderia ganhar o prêmio e fez críticas à possível escolha, pois ela chama a atenção para a delicada situação dos direitos humanos no país.

Hoje o governo da China condenou fortemente a concessão do Prêmio Nobel da Paz para o dissidente chinês Liu Xiaobo, que está preso, qualificando-a de "uma obscenidade" que vai contra os objetivos da premiação.

A decisão vai prejudicar as relações sino-norueguesas, diz um comunicado do porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, colocado em seu website, www.mfa.gov.cn.

"Esta é uma obscenidade contra o prêmio da paz", disse Ma.

Prêmio

O Prêmio Nobel da Paz é tradicionalmente entregue em Oslo no dia 10 de dezembro.

Vencedores do Nobel da Paz desde 2000
ANO VENCEDOR PAIS
2010 Liu Xiaobo China
2009 Barack Obama EUA
2008 Martti Ahtisaari Finlândia
2007 Al Gore (Estados Unidos) e o painel da ONU sobre a mudança climática (Painel Intergovernamental para Mudança Climática, IPCC) EUA
2006 Muhammad Yunus e o Banco Grameen de microcréditos Bangladesh
2005 Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e seu diretor Mohamed ElBaradei (Egito)
2004 Wangari Maathai Quênia
2003 Shirin Ebadi Irã
2002 Jimmy Carter EUA
2001 Organização das Nações Unidas (ONU) e seu secretário-geral Kofi Annan (Gana)
2000 Kim Dae Jung Coreia do Sul
O Prêmio Nobel da Paz é atribuído todos os anos pelo Comitê Nobel da Noruega, composto por cinco pessoas indicadas pelo Parlamento norueguês. A composição do comitê reflete a relação de forças entre os partidos políticos no parlamento, e conta com o auxílio de consultores técnicos especialmente designados.

O Nobel é um dos cinco prêmios criados pelo sueco Alfred Nobel (1833-1896), o inventor da dinamite. Detentor de mais de 350 patentes, se tornou milionário em consequência de suas descobertas na área de explosivos. Nobel deixou, em seu testamento, um pedido: a criação de uma fundação para financiar, todos os anos, cinco prêmios internacionais.

O testamento de Nobel também relacionava as categorias da premiação: física, química, medicina, literatura e paz (destinado às pessoas que mais se empenhassem para levar a paz a todos os países). Na década de 60, foi adicionado o prêmio para economia.

As indicações ao prêmio Nobel da Paz podem ser feitas por parlamentares, ministros governantes, acadêmicos, integrantes de organizações internacionais e ganhadores de anos anteriores. De acordo com as regras dos comitês, as indicações são mantidas em sigilo por 50 anos, mas alguns nomes acabam vazando.

De acordo com o calendário do prêmio, em setembro, o comitê envia convites a pessoas consideradas qualificadas para fazer indicações para o prêmio do ano seguinte. Fevereiro é o prazo máximo para o comitê receber as indicações, que ficam por volta de 200, com muitas cartas indicando as mesmas pessoas. Entre fevereiro e março, o comitê elabora uma lista mais curta de indicados.

Até agosto, a lista é constantemente revisada por consultores permanentes do prêmio e outros contratados por conhecerem o perfil de candidatos específicos. Em outubro, o ganhador do Nobel da Paz é escolhido e tem seu nome anunciado.

A cerimônia de entrega do prêmio ocorre em dezembro, em Oslo, capital da Noruega. O laureado recebe uma medalha com o busto de Nobel, um diploma e uma soma de dinheiro. No ano passado, o presidente dos EUA, Barack Obama, escolhido Nobel da Paz, recebeu 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,4 milhões).

terça-feira, 28 de setembro de 2010

FENALE ENVIA NOTA DE APOIO AO SINDALESC

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES DOS PODERES LEGISLATIVOS FEDERAL, ESTADUAIS E DO DISTRITO FEDERAL - FENALE

OF. FENALE Nº 126/2010 São Paulo, 27 de setembro de 2010

Ilmo. Sr.
RUBENVALDO DA SILVA
DD. Presidente do Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do
Estado de Santa Catarina – SINDALESC
FLORIANÓPOLIS – SC


Senhor Presidente:


Em nome da Diretoria da Fenale, comunicamos que já encaminhamos a Nota de Repúdio desse Sindicato a todas as entidades filiadas e a inserimos em nosso blog www.fenale.blogspot.com, e aproveitamos a oportunidade para manifestarmos nosso total apoio ao Sindalesc com relação às denúncias apresentadas em sua Nota de Repúdio à situação existente na Escola do Legislativo desse Estado.
A Fenale se associa ao Sindalesc no repúdio às perseguições promovidas contra servidores efetivos da Alesc, esperando que seja feita justiça aos servidores e que a situação seja normalizada o mais breve possível, com o atendimento às brilhantes medidas sugeridas pelo Sindalesc em sua Nota de Repúdio, que, se colocadas em prática pela administração da Casa, virão democratizar as ações e criar melhores condições de trabalho naquele importante órgão do Legislativo catarinense.
Temos certeza que o Sindalesc, entidade que temos orgulho de termos como filiada à nossa Federação, mais uma vez atua em defesa da categoria e merece, portanto, todo o nosso apoio.
Colocando-nos à inteira disposição da Diretoria do Sindalesc, subscrevemo-nos,

Cordialmente,


Gaspar Bissolotti Neto
Presidente

José Eduardo Rangel
Secretário Geral

AO POVO BRASILEIRO

Povo Brasileiro, Povo tão acolhedor!

Desejamos que no dia 3 de outubro, próximo domingo, na hora das eleições o Povo Brasileiro participe do pleito eleitoral com consciência e alegria.

Que ao viverem o momento da eleição lembrem-se dos povos que vivem em países que estão sob ocupação, que estão sofrendo guerras e invasões, que são subjugados e saqueados pelo Imperialismo e pelo Sionismo e que não tem direito a decidir seu futuro e nem escolher seus representantes.

Lembrem-se dos povos oprimidos e que não tem direito de exercer a democracia representativa e nem viver numa democracia participativa.

Desejamos também que o Povo Brasileiro aperfeiçoe o Estado Democrático de Direito, que lute pelos seus direitos e que busque a democracia participativa, direta, a verdadeira democracia.

O Povo Brasileiro é um povo lutador, que não se conforma com a injustiça e quer construir um país mais justo, livre, soberano e independente.

A este Povo criativo desejamos, do fundo do coração, que a indiferença não o contamine.
Vamos juntos, brasileiros e árabes, tirar do nosso cotidiano, de nosso vocabulário a indiferença, como nos ensina nosso amigo Gramsci....

Os Indiferentes

Odeio os indiferentes.
Como Friederich Hebbel, acredito que “viver significa tomar partido”.
Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade.
Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e partidário.
Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida.
Por isso odeio os indiferentes.
A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador e a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que o peito de seus guerreiros, porque engole nos sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e, às vezes, os leva a desistir da gesta heróica. (...)
Odeio os indiferentes também porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes.
Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe cotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas.
Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura, que estamos a construir (...)
Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.

Antonio Gramsci – La Cittá Futura – 11.02.1917
Pela vitória dos oprimidos!Viva o Brasil!!Viva a Palestina!!
Conheça nosso BLOG http://somostodospalestinos.blogspot.com/

Palestina livre!
Viva a Intifada! Resitência até a vitória!
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino
"Um beduíno sozinho não vence a imensidão do deserto, é preciso ir em caravana"
www.vivapalestina.com.br
www.palestinalivre.org

NOTA DE REPÚDIO DO SINDALESC

O Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Sindalesc) manifesta veemente repúdio à forma como a Administração da Casa e a Mesa estão tratando as denúncias apresentadas pelo Sindicato referente à Escola do Legislativo, setor ligado diretamente ao Gabinete da Presidência. Contrariamos as ações da Administração da Casa que nada fez para buscar a resolução dos fatos e ainda ter deixado de atender a solicitação do Sindalesc, permitindo que o foco das discussões tomasse rumo fora da esfera do Poder Legislativo. Isso porque, em mais uma ação intransigente, a coordenadora daquele setor, senhora Carla Maria Evangelista Vieira Pedrozo, levou o caso à Justiça comum, tentando criminalizar os servidores efetivos por terem procurado o Sindicato com o objetivo apenas de exigirem o respeito que merecem.

SERVIDOR, ENTENDA O CASO:

- A Escola do Legislativo, órgão ligado ao Gabinete da Presidência da Assembleia Legislativa, foi criada no ano de 2000.

- Desde então, vários foram os deputados que presidiram a Escola, no entanto, não houve alternância na coordenação e na forma de administrar o setor.

- O Sindalesc já havia sido alertado em vários momentos sobre o péssimo clima organizacional da Escola do Legislativo, que não condizia com um local onde deve haver serenidade, discernimento e entrosamento entre os servidores lá lotados.

- Em meados de outubro de 2009, o Sindalesc mais uma vez foi procurado para interceder tendo em vista que alguns servidores efetivos lotados na Escola reclamaram do clima de animosidade neste setor de trabalho.

- A direção do Sindalesc solicitou então aos servidores que fizessem por escrito suas reclamações e sugestões, o que aconteceu na data de 21 de outubro de 2009.

- No dia 23 de outubro de 2009, foi enviado ofício anexando o referido documento ao então presidente da Casa, deputado Jorginho Mello, e ao presidente da Escola do Legislativo, deputado Joares Ponticelli.

- O pedido de audiência não foi atendido e no início de 2010 os servidores signatários do documento lotados na Escola do Legislativo foram exonerados das suas funções e colocados à disposição da Coordenadoria de Recursos Humanos.

- No dia 31 de março de 2010, os oito servidores que assinaram o documento enviado ao Sindalesc foram intimados a comparecerem na 1ª Delegacia Geral de Polícia Civil da Capital, onde foi exarado o Termo Circunstanciado no qual a coordenadora da Escola do Legislativo, alegou ter sua honra profissional lesada.

- No início do mês de maio de 2010, os referidos servidores prestaram depoimento acompanhados pela assessoria jurídica do Sindalesc.

- O Sindalesc, então, protocolou ofício junto ao Diretor Geral no dia 12 de maio de 2010 solicitando manifestação da Administração Geral da Casa.

- No dia 17 de agosto de 2010 houve a Audiência Conciliatória na Justiça comum, o que, no entanto, não surtiu acordo entre as partes, haja vista, no documento enviado ao Sindalesc não existir nenhuma imputação criminal contra a coordenadora da Escola do Legislativo. Sendo assim, a instrução judicial deverá ocorrer até as últimas instâncias.

- Em 23 de agosto de 2010, foi enviado ofício ao senhor deputado Gelson Merisio, presidente do Poder Legislativo, solicitando audiência em caráter de urgência.

- No dia 02 de setembro de 2010 aconteceu uma reunião da qual participaram alguns servidores envolvidos no caso: a direção do Sindalesc, o presidente da Afalesc, o presidente da Escola do Legislativo, deputado Juares ponticelli, e o diretor Geral da Casa, Nazarildo Knabben. Nessa reunião o deputado Joares Ponticelli alegou ter tentado persuadir a coordenadora da Escola a retirar a queixa, mas não foi ouvido. Disse também que não queria se indispor com a família da coordenadora e que os servidores deveriam se retratar perante a senhora Carla Evangelista Vieira Pedrozo para que ela retirasse a queixa.

Sendo assim, o Sindalesc vem a público repudiar as perseguições promovidas contra estes servidores efetivos da Alesc e a falta de manifestação da administração da Casa, quando esta não se pronuncia e permite que o interesse político esteja acima das ações administrativas. O Poder Legislativo não pode consentir que atitudes pessoais e antidemocráticas criminalizem e coíbam a livre manifestação dos servidores, uma vez que este fato configura-se constrangedor à imagem do Parlamento Catarinense.

Diante dos fatos o Sindalesc reivindica com urgência:


1 - Sindicância para avaliar os fatos e auditoria na Escola do Legislativo;

2 - Criação de um Grupo de Trabalho para reformular o Regimento Interno daquele setor, único a possuir orçamento próprio dentro da estrutura da Alesc;

3 - Extinção do cargo de presidente da Escola do Legislativo;

4 - Servidor efetivo para a coordenação da Escola.

5 – Reformulação do Conselho Escolar da Escola do Legislativo;

6 – Que a Escola passe a figurar como órgão da Diretoria de Recursos Humanos, e não mais ao gabinete da Presidência da Alesc.

A diretoria

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Reciclagem pode gerar R$ 8 bilhões em ganhos econômicos e ambientais

Câmara dos deputados

Governo e empresas discutem regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada neste ano pelo Congresso.

Divulgação/Agência Brasil

Lixões deverão ser substituídos por aterros sanitários, que não poderão ser frequentados por catadores.Estimativas de coleta e destinação de resíduos sólidos urbanos no Brasil indicam que o País jogou no lixo em 2009 o equivalente a R$ 8 bilhões em materiais recicláveis. O montante decorre do fato de que apenas 13% de todo o lixo produzido no País - aproximadamente 56 milhões de toneladas por ano - é separado por coleta seletiva e consegue retornar para o sistema produtivo na forma de matéria-prima reutilizável. Os números fazem parte de um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea), que avaliou os principais benefícios econômicos e ambientais da reciclagem.

Mesmo com poucos estudos que quantifiquem, por tipo de material, o volume de resíduos reaproveitáveis disposto sem separação ou tratamento em vazadouros a céu aberto - os "lixões" -, o levantamento do Ipea não deixa dúvidas: por meio de coleta e disposição adequadas, boa parte desse material poderia se transformar em insumo, renda e ganhos ambientais.

Incentivo a cooperativas de catadores
37% de recicláveis são jogados fora
Compromisso ecológico


"Os resíduos sólidos não são mais vistos como lixo. Hoje, esses resíduos são um negócio com enorme potencial econômico e de inserção social", afirma o diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Sérgio Antônio Gonçalves. "O segmento já sinaliza para a criação de uma nova cadeia de produção, principalmente com a presença de pequenas empresas e de microindústrias de reciclagem."

Mas essa constatação não é nova. A percepção de que uma mudança de atitude em relação ao lixo poderia render benefícios já existe no País há pelo menos 19 anos, quando começou a tramitar no Congresso o projeto de uma nova Política Nacional de Resíduos Sólidos. Resultado de uma compilação de mais de 140 projetos, a proposta foi finalmente aprovada em março pela Câmara e em julho pelo Senado, vindo a ser sancionada em agosto deste ano na forma da Lei 12.305/10.

Regulamentação
"A grande conquista foi convencer a indústria e a maioria dos empresários a assumir o compromisso de não somente produzir, mas passar também a se preocupar com o pós-consumo", diz o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), que presidiu o grupo de trabalho que analisou a proposta. O recém-aprovado ordenamento jurídico brasileiro impõe obrigações a governos, empresários e cidadãos e abre caminho para a prática da retroalimentação do setor produtivo brasileiro.

Membro do grupo de trabalho responsável pelas propostas de regulamentação da nova política, Sérgio Gonçalves destaca que o sucesso depende de ações paralelas. "A nova política não prevê multa, mas já obriga o empresariado a recolher aquilo que ele coloca no mercado, sob pena de ser enquadrado em crime ambiental por descartar material de forma indevida", diz.

Por outro lado, segundo ele, além de ações empresariais, o efetivo cumprimento da política decorre também de acordos com o Poder Público e com cooperativas de catadores. "Alguns setores, como o de pneus e de óleos lubrificantes, já são orientados por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e possuem sistemas de logística visando o recolhimento do material após o uso", diz. "O que se busca com a regulamentação é exatamente definir, por meio de acordos empresariais, como isso vai funcionar, por exemplo, no segmento de embalagens." A expectativa, segundo ele, é que o processo esteja esquematizado e vigorando até o fim do ano.

A nova lei, além de reafirmar a importância do conceito de coleta seletiva, inova ao estabelecer uma visão sistêmica de todo o processo, passando a tratar também de conceitos igualmente importantes como ecoeficiência, responsabilidade compartilhada e logística reversa.

TV brasileira completa 60 anos com legislação desatualizada

Câmara dos deputados

Boa parte das regras em vigor para a TV brasileira surgiu na década de 1960. Parlamentares e especialistas defendem a criação de novas leis que incorporem os avanços tecnológicos dos últimos anos e definam critérios mais transparentes para a outorga de concessões.

As transmissões da televisão brasileira completam 60 anos, com legislação considerada desatualizada por deputados e especialistas. Desde a inauguração da TV Tupi de São Paulo, em 18 de setembro de 1950, vários avanços tecnológicos ocorreram no País (como a chegada da TV em cores, a implantação da televisão digital e possibilidade de veicular programas via internet e celular), mas o marco regulatório para o setor pouco mudou.

Confira as principais propostas sobre TV que tramitam na Câmara

A legislação para a televisão comercial brasileira é composta basicamente pelo Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei 4.117/62) e pelo Decreto-Lei 236/67. Desde então, as principais novidades foram o estabelecimento de regras específicas para a TV por assinatura, com a promulgação da Lei do Cabo (8.977/95); a permissão de que até 30% do capital das emissoras pertençam a estrangeiros (Emenda Constitucional 36/02); e a definição do padrão japonês de sinais como modelo a ser adotado pelo Sistema Brasileiro de TV Digital (Decreto 5.820/06) – veja linha do tempo.

Diante desse cenário, deputados acreditam que a legislação nacional precisa sofrer mudanças. “O principal papel do Congresso Nacional nessa área deve ser a atualização do marco legal, com vistas a adequá-lo às exigências criadas pelas novas tecnologias que impactaram fortemente o setor”, destaca a deputada Luiza Erundina (PSB-SP). Atualmente, mais de 100 projetos tramitam na Câmara com o intuito de criar novas normas para a televisão brasileira.

Entre as medidas necessárias, Erundina cita: a regulamentação do dispositivo constitucional que coíbe monopólios e oligopólios no setor; o estabelecimento de critérios mais transparentes para outorgas de rádio e TV; e a ampliação de mecanismos de controle público sobre o conteúdo da programação das emissoras. Já o deputado Jorge Bittar (PT-RJ) afirma que a lei deve tornar mais claras as obrigações das concessionárias de rádio e TV. “É preciso compromisso das emissoras com a difusão da produção nacional e com a democratização do acesso à notícia”, complementa.

Por sua vez, o consultor da Câmara Cristiano Lopes, no estudo “Reflexões sobre a regulação da radiodifusão no Brasil”, sugere a formulação de uma lei geral para a comunicação de massa (rádio, TV e outras formas de divulgação eletrônica de conteúdo audiovisual). Segundo ele, essa lei deverá incorporar regras para a digitalização das transmissões e normatizar itens previstos na Constituição mas que ainda não foram regulamentados, como a regionalização da programação e o estímulo à produção independente.

TV digital
O líder do DEM, deputado Paulo Bornhausen (SC), acredita que é necessária uma legislação detalhando os modelos de exploração comercial para o sistema de televisão digital. O deputado Jorge Bittar também defende mudanças na legislação, a fim de contemplar a multiprogramação e a interatividade permitidas pela TV digital.

Mas, para Bornhausen, a quase cinquentenária lei do setor ainda merece créditos. “A legislação consolidou um modelo de grande sucesso e reconhecido no mundo todo: privado, gratuito e aberto ao público, remunerado por meio da propaganda”, destaca.

TV por assinatura
No caso da TV por assinatura, Bornhausen acredita que a aprovação do Projeto de Lei 29/07, de sua autoria, poderia “influir numa modelagem para o setor, apesar do desvirtuamento que sofreu”. O projeto já foi aprovado pela Câmara e está em análise no Senado (PLC 116/09). A proposta permite que concessionárias de telefonia fixa prestem o serviço de TV a cabo, como previsto no PL original, porém, no decorrer de sua tramitação na Câmara, passou a estabelecer também cotas de conteúdo nacional e independente na TV paga.

O deputado Jorge Bittar, que foi um dos relatores da matéria na Câmara, defende a aprovação do projeto como forma de democratizar o serviço, aumentando o número de assinantes e baixando os preços. Para ele, a indústria do audiovisual será fortalecida com a aprovação da proposta, que prevê ainda recursos adicionais estimados em R$ 400 milhões ao ano para o fomento da produção nacional.

Tramitam na Câmara 40 PECs para tornar o voto facultativo

Câmara dos deputados

Pela primeira vez em uma eleição presidencial desde 1998, houve redução dos eleitores de 16 e 17 anos - cujo voto é facultativo. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados em 20 de julho mostram que houve queda de 7% dessa parcela do eleitorado (2,39 milhões) em comparação com 2006 (2,56 milhões).

Para tentar estender essa possibilidade para os demais eleitores, tramitam na Câmara atualmente cerca de 40 propostas de emenda à Constituição (PECs) para tornar o voto facultativo. Como hoje o voto é obrigatório, as próximas eleições, em outubro, poderão contar com a participação de 135,8 milhões de eleitores.

Segundo o TSE, houve um aumento de 7,8% no eleitorado nacional em relação a 2006, quando havia 125,9 milhões de eleitores. Em 2006, cerca de 73% dos eleitores (74,9 milhões de pessoas) votaram em algum candidato. O restante (37%) votou nulo, em branco ou se absteve. O cargo que obteve menor votação foi o de senador (64% dos votos foram válidos).

Fim da obrigatoriedade
A mais antiga proposta de emenda à Constituição que trata do voto facultativo é a PEC 190/94, do ex-deputado Pedro Irujo, que extingue a obrigatoriedade de votação, mas mantém a do alistamento eleitoral para maiores de 18 anos. A matéria ainda aguarda a criação de comissão especial (primeiro passo da tramitação).

Há ainda dois projetos de decreto legislativo (PDCs) que dispõem sobre a realização de plebiscito para decidir sobre o fim da obrigatoriedade do voto.

Para o deputado Magela (PT-DF), autor da PEC 79/99 (apensada à PEC 190/94) e de um PDC (384/07) sobre o tema, o Brasil está preparado para adotar o voto facultativo. "Já temos uma democracia absolutamente consolidada, temos uma situação já de crescimento político", afirmou.

Segundo ele, a votação livre é um aprimoramento da democracia adotado pelos países mais avançados e amadurecidos. Magela também disse que os países em que há o voto obrigatório têm uma tradição de regimes autoritários.

Mudança de opinião
Na Constituinte e na revisão constitucional, o deputado José Genoíno (PT-SP) apoiou o voto facultativo. Hoje, porém, ele é a favor da obrigatoriedade do voto. Segundo o deputado, quando o cidadão vota, estabelece uma relação pública com o Estado, com as políticas públicas e com a fiscalização.

"O voto facultativo não politiza, não organiza e não fortalece a democracia", disse o parlamentar petista. Ele também criticou a suposta maturidade dos países que adotam o voto facultativo. "O absenteísmo não é sinônimo de maturidade na minha opinião", argumenta Genoíno.

O deputado Antônio Carlos Pannuzio (PSDB-SP) acredita que a plenitude do direito ao voto se dá com a escolha em poder ou não participar do processo eleitoral. "Tínhamos que passar pelo processo da unversalização do direito ao voto. Depois desse patamar precisamos ampliá-lo, ou seja, exerce o direito quem quer", afirmou.

Na opinião do deputado Chico Alencar (Psol-RJ), o voto facultativo ainda não deveria ser adotado no País. "No contexto atual, liberar o voto significa estimular o desinteresse e a desmotivação política. Precisamos de uma cultura política mais avançada para chegar a esse voto". Ele avalia que a obrigatoriedade do voto é, hoje em dia, um dos poucos instrumentos para que as pessoas prestem atenção na política.

Penalidades
Atualmente, o Código Eleitoral (Lei 4.737/65) prevê multa de 3 a 10 salários mínimos para quem deixar de votar e não se justificar em até 30 dias após a eleição. A lei também impede o eleitor de realizar vários atos necessários ao exercício da cidadania ou de atividade econômico-financeira, como participar de concurso público, obter carteira de identidade ou passaporte e renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo.

Pelo Projeto de Lei 7581/10, do Senado, essas restrições passarão a valer somente para o alistamento eleitoral de brasileiros maiores de 18 anos e não mais para o voto. O texto, que será analisado pela Comissão de Constituição, de Justiça e de Cidadania da Câmara, mantém a multa.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Diap: renovação da Câmara será inferior à média dos últimos 20 anos

Câmara dos deputados

Nas eleições de outubro, cerca de 200 dos 420 deputados que concorrem à reeleição não devem garantir a vaga na Câmara dos Deputados em 2011. Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) prevê que o índice de renovação da Câmara deve continuar alto, em torno dos 40%, mas tende a ser inferior à média de 50% registrada nas últimas cinco eleições.

"As vantagens da eleição daqueles que já estão no cargo, o alto custo da campanha e a má imagem do Parlamento contribuem para que a renovação seja menor em 2010 do que a média histórica, mas ainda é um índice muito elevado em relação ao dos outros parlamentos", avalia o assessor político do Diap Antonio Augusto de Queiroz.

Essa alta rotatividade, no entanto, não significa renovação política. "Quem vai ocupar essas novas vagas na Câmara não serão pessoas sem experiência no poder, mas ex-secretários, ex-ministros e ex-deputados. Dessa forma, trata-se apenas de uma circulação no poder", acredita Queiroz.

Embora a renovação quantitativa seja inferior à média, Queiroz avalia que haverá uma mudança de comportamento dos parlamentares, em razão da Lei da Ficha Limpa (LC 135/10). "Ainda que sejam as mesmas pessoas, elas terão de agir de maneira diferente em relação à transparência, à fiscalização. A Ficha Limpa teve um papel estratégico nessa mudança cultural, de modo que o próximo Congresso seguramente será melhor do que o atual", prevê.


Ouça aqui reportagem com outros detalhes sobre a renovação da Câmara.Ambição e desistência
O número de deputados candidatos à reeleição neste ano caiu em relação a 2006. São 420 deputados que buscam a reeleição em 2010, contra 445 em 2006. Em compensação, o número de deputados candidatos a cargos majoritários no sistema político brasileiro, no Senado ou no Executivo, aumentou 66% em comparação com 2006.

O número de deputados que buscam uma vaga no Senado dobrou: 32 se candidataram ao Senado em 2010, enquanto apenas 16 pleitearam o mesmo cargo em 2006. Para o assessor do Diap, além da oferta maior de vagas no Senado em 2010, a expectativa de que a renovação entre os senadores seja maior motiva a busca dos deputados pelo Senado.

"Muitos senadores desistiram de se recandidatar, e aqueles que buscam a reeleição terão dificuldade em renovar os seus mandatos. Por isso, acredito que o índice de deputados eleitos senadores em 2010 será significativo, correspondente ao mesmo número de ex-governadores", disse Queiroz.

Também aumentou o número de deputados que desistiu de se candidatar a qualquer cargo. Foram 22 deputados em 2006 e, agora, são 32. Segundo Antônio Augusto de Queiroz, os desistentes podem ser divididos em dois grupos: a maioria são parlamentares que não teriam condições de se reeleger e, por isso, desistiram; e existe um grupo que desistiu do Congresso pela má imagem do Parlamento.

"Existem nomes com influência, como os deputados Ibsen Pinheiro, Fernando Coruja e Roberto Magalhães, que desistiram de se candidatar por conta do alto custo da campanha e porque não se sentiram estimulados a permanecer no Congresso", avaliou.

Tramitam na Câmara 40 PECs para tornar o voto facultativo

Câmara Federal

Redução do número de eleitores de 16 e 17 anos traz à tona o debate sobre a obrigatoriedade do voto.

Pela primeira vez em uma eleição presidencial desde 1998, houve redução dos eleitores de 16 e 17 anos - cujo voto é facultativo. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados em 20 de julho mostram que houve queda de 7% dessa parcela do eleitorado (2,39 milhões) em comparação com 2006 (2,56 milhões).

Para tentar estender essa possibilidade para os demais eleitores, tramitam na Câmara atualmente cerca de 40 propostas de emenda à Constituição (PECs) para tornar o voto facultativo. Como hoje o voto é obrigatório, as próximas eleições, em outubro, poderão contar com a participação de 135,8 milhões de eleitores.

Segundo o TSE, houve um aumento de 7,8% no eleitorado nacional em relação a 2006, quando havia 125,9 milhões de eleitores. Em 2006, cerca de 73% dos eleitores (74,9 milhões de pessoas) votaram em algum candidato. O restante (37%) votou nulo, em branco ou se absteve. O cargo que obteve menor votação foi o de senador (64% dos votos foram válidos).

Fim da obrigatoriedade
A mais antiga proposta de emenda à Constituição que trata do voto facultativo é a PEC 190/94, do ex-deputado Pedro Irujo, que extingue a obrigatoriedade de votação, mas mantém a do alistamento eleitoral para maiores de 18 anos. A matéria ainda aguarda a criação de comissão especial (primeiro passo da tramitação).

Há ainda dois projetos de decreto legislativo (PDCs) que dispõem sobre a realização de plebiscito para decidir sobre o fim da obrigatoriedade do voto.

Para o deputado Magela (PT-DF), autor da PEC 79/99 (apensada à PEC 190/94) e de um PDC (384/07) sobre o tema, o Brasil está preparado para adotar o voto facultativo. "Já temos uma democracia absolutamente consolidada, temos uma situação já de crescimento político", afirmou.

Segundo ele, a votação livre é um aprimoramento da democracia adotado pelos países mais avançados e amadurecidos. Magela também disse que os países em que há o voto obrigatório têm uma tradição de regimes autoritários.

Na Constituinte e na revisão constitucional, o deputado José Genoíno (PT-SP) apoiou o voto facultativo. Hoje, porém, ele é a favor da obrigatoriedade do voto. Segundo o deputado, quando o cidadão vota, estabelece uma relação pública com o Estado, com as políticas públicas e com a fiscalização.

"O voto facultativo não politiza, não organiza e não fortalece a democracia", disse o parlamentar petista. Ele também criticou a suposta maturidade dos países que adotam o voto facultativo. "O absenteísmo não é sinônimo de maturidade na minha opinião", argumenta Genoíno.

O deputado Antônio Carlos Pannuzio (PSDB-SP) acredita que a plenitude do direito ao voto se dá com a escolha em poder ou não participar do processo eleitoral. "Tínhamos que passar pelo processo da unversalização do direito ao voto. Depois desse patamar precisamos ampliá-lo, ou seja, exerce o direito quem quer", afirmou.

Na opinião do deputado Chico Alencar (Psol-RJ), o voto facultativo ainda não deveria ser adotado no País. "No contexto atual, liberar o voto significa estimular o desinteresse e a desmotivação política. Precisamos de uma cultura política mais avançada para chegar a esse voto". Ele avalia que a obrigatoriedade do voto é, hoje em dia, um dos poucos instrumentos para que as pessoas prestem atenção na política.

Penalidades
Atualmente, o Código Eleitoral (Lei 4.737/65) prevê multa de 3 a 10 salários mínimos para quem deixar de votar e não se justificar em até 30 dias após a eleição. A lei também impede o eleitor de realizar vários atos necessários ao exercício da cidadania ou de atividade econômico-financeira, como participar de concurso público, obter carteira de identidade ou passaporte e renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo.

Pelo Projeto de Lei 7581/10, do Senado, essas restrições passarão a valer somente para o alistamento eleitoral de brasileiros maiores de 18 anos e não mais para o voto. O texto, que será analisado pela Comissão de Constituição, de Justiça e de Cidadania da Câmara, mantém a multa.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Gastos de 370 milhões continuam sem explicação

Sinjusc

Recente matéria publicada no Diário Catarinense dá conta de que o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e o Tribunal de Contas de Santa Catarina vem desembolsando mensalmente milhões de reais a titulo de indenização por diferença salarial não paga no passado.

O valor total do PAE, sigla que significa Parcela Autônoma de Equivalência chega a R$ 370 milhões devidos a juízes, promotores e desembargadores. Embora a matéria tenha tido a intenção de divulgar uma informação que permanecia restrita aos corredores das instituições em questão, o texto atribui ao pagamento um caráter de legalidade que não consegue demonstrar. O SINJUSC enviou correspondência à jornalista e ao editor do periódico questionando as afirmações e pretensa legalidade dos fatos narrados, tentando esclarecer diversas questões. No entanto foi ignorado.

Abaixo transcrevemos primeiro a carta do SINJUSC ao jornal e depois a matéria publicada sobre o assunto:

Cara Jornalista,

Parabenizo pela iniciativa e o importante esforço em tornar público um assunto que até o presente momento ficou reservado aos corredores e às reuniões do plenário do TJSC, na matéria escrita por você com o título "Um PAE para promotores, juízes e conselheiros".

No entanto, respeitosamente, a matéria legitima e afirma (especialmente na linha de apoio) a legalidade dos pagamentos, o que, em momento algum é demonstrado em seu texto. A ausência dessa demonstração, combinada com as informações e afirmações ali apresentadas, deixa no leitor mais atento, uma sensação de incompletude, como "algo que está faltando". Qual a intenção da matéria? 370 milhões é muito ou pouco?

Quando o TJ iniciou estes pagamentos, o SINJUSC levantou um questionamento acerca de sua legalidade. Foi solicitado ao então presidente informações (uma cópia) sobre o processo em que foi decidido o pagamento. Essas informações nunca foram apresentadas ao Sindicato, mesmo depois de ações judiciais visando assegurar o direito de acesso às informações que devem ser públicas.

O jornalismo do DC teve acesso ao processo em que se decidiu o pagamento? Com base nesse processo é possível afirmar a legalidade do pagamento? Ou a afirmação da legalidade se baseia tão somente na informação oficial do TJSC?
Uma das dúvidas suscitadas é se o TJ poderia reconhecer, administrativamente, um débito de período anterior a cinco anos (prazo prescricional de créditos com o Estado).

Outra dúvida que não consta na matéria é acerca da origem do débito. Essa diferença salarial não paga no passado, decorre de que? Tendo origem em diferenças do questionado auxílio-moradia, que sentido teria o seu pagamento para viúvas de desembargadores? O que significa disponibilidade financeira? 33 milhões de reais em um único dia?

O questionamento fica no TJ visto que os demais recebem por "decorrência".
Essas e outras questões foram levadas ao conhecimento da imprensa, incluindo o DC, nos anos de 2008 e 2009, que talvez não tenham chegado ao teu conhecimento. A versão oficial dos fatos sempre tem um peso preponderante, não deixamos de reconhecer. Mas seria conveniente que a reportagem considerasse outras fontes, e também a possibilidade de comprovar o que está sendo afirmado, especialmente no tocante à legalidade dos pagamentos.

Há um poema de Brecht, que chama-se: "perguntas de um trabalhador que lê". Receba assim esta mensagem, de quem reconhece como indispensável o trabalho dos jornalistas. Saudações.
Volnei Rosalen - Secretário de Estudos Sócio Econômicos e Formação Sindical do SINJUSC

Promotores, juízes e conselheiros de SC têm direito a R$ 370 milhões em indenização salarial

Valor é correspondente a diferença salarial não paga no passado

DC 18/08/2010 - Natália Viana natalia.viana@diario.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Tribunal de Justiça (TJ), Ministério Público (MP) e Tribunal de Contas do Estado (TCE) já pagaram a juízes, promotores e desembargadores, desde 2008, cerca de R$ 169 milhões por conta da PAE — a sigla, que significa Parcela Autônoma de Equivalência, é uma espécie de indenização por uma diferença salarial não paga no passado.

Ainda falta pagar cerca de R$ 202 milhões para quitar toda a dívida. Serão cerca de R$ 370 milhões, duas vezes o valor da recuperação da Ponte Hercílio Luz. Os valores são pagos além dos salários normais.

Tem direito à PAE quem estava na ativa ou aposentado entre setembro de 1994 e fevereiro de 2000.

Em todas as instituições, os pagamentos vêm sendo feitos de forma parcelada, desde 2008, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reconheceu o direito à indenização. O Tribunal de Justiça já pagou cerca de R$ 144 milhões a juízes e desembargadores.

O TJ diz já ter quitado 75%. Significa que ainda falta pagar cerca de R$ 48 milhões.

Em nota, o tribunal destaca que reconheceu o direito à PAE com o respaldo de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), seguindo os parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O diretor de Orçamento e Finanças do TJ, Ricardo Lentz, explica que não há uma programação para os pagamentos, que são feitos quando o Judiciário tem dinheiro em caixa.

— Os pagamentos não interferem na execução de outros investimentos, programas e projetos do TJ, porque dependem da disponibilidade de caixa — afirma Lentz.

Prazo para pagamento total não está definido

No Ministério Público estadual, a dívida da PAE passa dos R$ 172 milhões, em valores corrigidos pelos índices previstos em lei. São 413 beneficiados, entre promotores e procuradores, ativos e inativos, além de pensionistas. Já foram pagos R$ 21,4 milhões. A previsão é quitar a dívida em cinco anos ou mais.

No TCE, há 41 pessoas recebendo os valores, entre conselheiros na ativa, inativos e pensionistas. Segundo o tribunal, a dívida é de R$ 6,7 milhões, em valores não corrigidos, sendo que já foram depositados R$ 3,9 milhões.

O presidente do TCE, conselheiro Wilson Wan Dall, diz que não há um prazo para a quitação da dívida:

— Trata-se de um pagamento legal, em função de membros do TCE terem os mesmos direitos e garantias dos magistrados do Judiciário catarinense. O pagamento desta dívida está sendo realizado de acordo com as disponibilidades financeiras e orçamentárias do tribunal.

CCJ dificulta livramento condicional para autores de crimes hediondos

Senado Federal

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado deu nesta quarta-feira (2) o primeiro passo para dificultar o livramento condicional dos condenados por crimes hediondos: aprovou projeto que aumenta de dois terços (66%) para quatro quintos (80%) o cumprimento mínimo da pena dos condenados em regime fechado, antes de poderem se beneficiar da liberdade condicional.

A Decisão é terminativaÉ aquela tomada por uma comissão, com valor de uma decisão do Senado. Quando tramita terminativamente, o projeto não vai a Plenário: dependendo do tipo de matéria e do resultado da votação, ele é enviado diretamente à Câmara dos Deputados, encaminhado à sanção, promulgado ou arquivado. Ele somente será votado pelo Plenário do Senado se recurso com esse objetivo, assinado por pelo menos nove senadores, for apresentado à Mesa. Após a votação do parecer da comissão, o prazo para a interposição de recurso para a apreciação da matéria no Plenário do Senado é de cinco dias úteis. . Se não houver recurso para votação em Plenáriio, seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados.

Atualmente, o artigo 83 do Código Penal determina que o juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos, desde que tenha cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo. Essa regra só pode ser aplicada se o apenado não for reincidente em crimes dessa natureza.

O autor do projeto (PLS 249/05) aprovado na CCJ, senador Hélio Costa (PMDB-MG), pretendia acabar com a possibilidade de concessão de livramento condicional no caso de crimes hediondos. Isso, entretanto, não seria possível dada o princípio firmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de que o juiz tem aprerrogativa de determinar a extensão da pena para cumprir o objetivo de ressocializar os condenados.

Esse entendimento do STF deu-se em ação que questionava a redação original da lei dos crimes hediondos (8.072/90), pela qual o condenado deveria cumprir pena em regime integralmente fechado, não tendo, assim, direito à progressão para o regime semiaberto ou aberto.

Proposta intermediária

Segundo Hélio Costa, vários senadores, reconhecendo que a concessão de livramento condicional para crimes hediondos pode representar um elevado risco à sociedade, dispuseram-se a colaborar numa proposta intermediária, para evitar que o criminoso possa cumprir somente dois terços da pena em regime fechado.

"Essa permissividade da legislação redunda, em última análise, na banalização da própria sentença penal condenatória. De que vale o juiz ou o tribunal do júri condenar o criminoso, sendo que, logo adiante, ele será solto para cumprir em liberdade uma parte significativa da pena? Isso não seria justiça inteira, no máximo dois terços de justiça", avalia o autor, na justificação ao projeto.

O relator na CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), apresentou parecer favorável ao projeto de lei (PLS 249/05), que ainda será analisado pela Câmara.

- Sou completamente a favor da proposta e faz um bem enorme à sociedade, pois são crimes da maior gravidade. Com isso, teremos um controle mais efetivo do condenado por crime hediondo - afirmou o relator.

Durante a votação da matéria, Demóstenes explicou que não se trata de aumento da progressão da pena, mas do prazo para o livramento condicional, no qual o juiz libera o condenado com base em seu bom comportamento. Ele é autorizado a deixar a prisão e passar a estudar ou trabalhar com o compromisso de permanecer em casa à noite e nos dias de folga. Deve também comparecer periodicamente à Justiça para prestar contas de suas atividades.

Já a progressão para o regime semi-aberto também possibilita ao condenado trabalhar ou estudar fora, mas o obriga a passar a noite no estabelecimento prisional. No regime aberto, o condenado pode dormir em casa, mas deve restringir suas atividades ao que determinar o juiz.

Para o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), o projeto é bom, pois é preciso "endurecer o combate aos crimes hediondos".

Voto em separado

Contrário ao projeto, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresentou voto em separado pela rejeição da proposta. Para ele, o projeto "procura combater a criminalidade, mas não alcança esse objetivo, pois se volta unicamente à repressão, não levando em conta a necessária reintegração social do apenado".

Juizados Especiais

Na reunião desta quarta, a CCJ também aprovou, em turno suplementar, proposta que leva os Juizados Especiais Itinerantes às áreas rurais ou de menor concentração populacional do país.

O substitutivo do senador Romero Jucá (PMDB-RR) ao projeto (PLS 59/03) de Valdir Raupp (PMDB-RO) altera a Lei 9.099/1995, que regula a atuação dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. A proposta original inseria na lei a concentração proporcional da população como critério de instalação de novos juizados especiais para priorizar o atendimento a municípios com maior demanda.

Contudo, essa proposta não foi contemplada no substitutivo. Jucá argumentou que existem outros fatores igualmente importantes para motivar a instalação de um juizado especial, como o acesso da população a meios de transporte e a natureza das demandas reprimidas.

Valéria Castanho / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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dos: Câmara dos Deputados, direito, Governo, Justiça, Municípios, Plenário, Tráfico, Violência

Congresso recebe orçamento de 2011 sem previsão de aumento para servidores




O salário mínimo previsto na proposta para o próximo ano será de R$ 538,15.

Jane de Araújo - Agência Senado

Reajuste dos servidores deverá ser negociado com os parlamentares e o presidente da República eleitos.No último dia de prazo constitucional, o Congresso recebeu o projeto da última lei orçamentária do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta da Lei Orçamentária Anual (LOALei especial que contém a discriminação da receita e da despesa pública, de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. É também conhecida como Lei de Meios, porque possibilita os meios para o desenvolvimento das ações relativas aos diversos órgãos e entidades que integram a administração pública.) para 2011 será aprovada pelos atuais deputados e senadores, mas já deve prever ajustes a serem feitos pelo novo presidente da República, que será eleito nas eleições de outubro.

O reajuste salarial dos servidores públicos dos Três Poderes e do Ministério Público, por exemplo, deverá ser negociado com os novos parlamentares e com o novo presidente já que o texto original entregue hoje pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não trouxe reserva para aumento de salários do Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público. Os servidores do Judiciário reivindicam um reajuste de 56%.

O ministro Paulo Bernardo disse que o presidente Lula conversou com o presidente do Supremo Tribunal Federal e pediu que esse tema fosse tratado depois das eleições. O Congresso Nacional pode, por acordo, deixar para definir o reajuste para o Judiciário no próximo ano.

O salário mínimo previsto para 2011 na proposta entregue hoje é de R$ 538,15.

Reportagem - Keila Santana/Rádio Câmara
Edição - Natalia Doederlein

Centrais defendem salário mínimo de R$ 560 em 2011



Agência Câmara


As principais centrais sindicais do País decidiram defender o aumento do salário mínimo dos atuais R$ 510 para R$ 560 em 2011. A posição foi anunciada nesta quarta-feira (1º) após reunião das centrais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CGTB e NCST. Ontem (31), o governo enviou o projeto da lei orçamentária ao Congresso prevendo um mínimo de R$ 538 no próximo ano.

O reajuste previsto no Orçamento, de 5,52%, limita-se a repor a inflação prevista para 2010. O governo alega que apenas segue as regras acertadas com as centrais sindicais em 2007. Pela política atual, o aumento do salário mínimo será equivalente à inflação acumulada no ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes.

Ou seja, para 2011 o aumento seria a previsão de inflação para 2010 (5,52%) mais o PIB de 2009. Mas como o PIB desse ano não cresceu - ao contrário, apresentou um declínio de 0,2% - desta vez não haveria aumento real para o salário mínimo.

De acordo com as centrais sindicais, a proposta de R$ 560 levou em conta, além da inflação, a variação do PIB de 2006 a 2009 (de 3,8%). As centrais também exigem abertura imediata de negociação com o governo para a definição do reajuste.

Pressão
O presidente da CUT, Artur Henrique, ressalta que o salário mínimo vem tendo aumentos reais desde 2003 e que o projeto de lei orçamentária é apenas uma previsão de gastos da União, que pode ser alterada após diálogo com os diversos atores sociais.

"Desde 2004 nós estamos conseguindo, pelo processo de negociação, a partir da pressão das marchas a Brasília pelo salário mínimo, um reajuste maior que o da previsão inicial do projeto de lei orçamentária", diz Artur Henrique.

O presidente em exercício da Força Sindical, Miguel Torres, argumenta que um reajuste "digno" do salário mínimo é uma forma de distribuir renda, fortalecer o mercado interno, elevar a produção e o consumo, além de gerar novos postos de trabalho.

Torres afirma que o crescimento do mercado interno e o aumento real do salário mínimo foram decisivos para ajudar o Brasil superar a crise econômica iniciada em 2008. Ele ressalta, ainda, que o reajuste do mínimo ajuda a aumentar o valor do piso de diversas categorias profissionais.

"Como a crise ficou para trás, queremos consolidar nossa economia através de bons reajustes do salário mínimo e das aposentadorias", afirma. "Lembramos que há o compromisso do governo com as centrais sindicais de empreender uma política permanente de valorização do mínimo até 2023".

Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro
Edição – Daniella Cronemberger

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Projeto veda consumo de bebida alcoólica em áreas públicas

Agência Câmara

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 7776/10, do deputado Dr. Talmir (PV-SP), que tipifica o consumo de bebidas alcoólicas em áreas públicas como contravenção penal. O autor cita como lugares onde seria exercida essa proibição “todos os logradouros públicos de livre acesso", como ruas, praças, passeios, parques, jardins e praias.

De acordo com a proposta — que altera a Lei das Contravenções Penais (Decreto-Lei 6.688/41) —, o descumprimento da medida sujeitará o infrator à pena de prisão simples de 10 dias a um mês, ou multa.

O texto define bebida alcoólica como aquela com concentração igual ou acima de meio grau Gay-Lussac. Essa é a quantidade de álcool contida em 100 mililitros de uma mistura com água.

Acidentes de trânsito
Segundo o autor, especialistas são praticamente unânimes ao assegurar que o consumo excessivo ou abusivo de bebidas alcoólicas tem estreita relação com a ocorrência de acidentes de trânsito e até com a prática de crimes violentos, inclusive em ambiente doméstico.

"Cabe ao Estado impor severas restrições ao consumo de bebidas alcoólicas, sobretudo para desestimular o hábito de ingeri-las em excesso ou de forma abusiva", afirma Dr. Talmir. "O principal objetivo é oferecer mais proteção à saúde e à integridade física de todos", completa.

Tramitação
O projeto será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, e depois seguirá para o Plenário.

Projeto extingue terceirização de serviços de saúde

Agência Câmara

Arquivo - Laycer Tomaz

Dr. Rosinha: não se pode fazer experimentos de administração com a saúde pública.A Câmara analisa o Projeto de Lei 7423/10, do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), que acaba com a transferência da prestação de serviços de saúde para organizações sociaisAs Organizações Sociais (OSs) são entidades de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas pelo Estado e cujos objetivos podem ser o ensino, a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico, a proteção e preservação do meio ambiente, a cultura e a saúde. Diferenciam-se das Oscips porque geralmente são criadas pelo Poder Público. Entre 20% a 40% dos membros de seu conselho de administração são representantes do Estado. O patrimônio dessas entidades pode ser integrado por bens públicos. Em caso de extinção da organização social, seu patrimônio é absorvido pelo Estado. O objetivos das OSs é garantir mais agilidade para execução de ações de interesse público.. Pelo projeto, os contratos em vigor deverão ser regularizados no prazo de 180 dias contados a partir da publicação da lei.

A proposta altera a Lei 9.637/98, que trata da qualificação de organizações sociais para a execução de serviços públicos. Essa lei abriu a possibilidade de o Poder Executivo transferir a execução de determinados serviços para organizações sociais constituídas conforme aquele instrumento legal, procedimento conhecido como terceirização.

Direito de todos
Dr. Rosinha lembra que, pela Constituição, a saúde é direito de todos e dever do Estado, sendo a atividade livre à iniciativa privada, que pode participar do Sistema Único de Saúde (SUS) de forma complementar.

"Uma coisa é a contratação de serviços à iniciativa privada, devido a necessidade imperiosa; outra é transferir integralmente a responsabilidade da prestação a terceiros", questiona o autor do projeto.

Ele acrescenta que quando gerentes e contratados entram em cena, em lugar de gestores e servidores públicos, "o interesse comum passa do centro para a periferia das preocupações".

Contratos polêmicos
Para Dr. Rosinha, não é adequada a terceirização de serviços de saúde, mesmo se ocorrida em perfeita ordem. "Porém, infelizmente, sequer é este o caso, pois são numerosas as polêmicas envolvendo os contratos de terceirização, inclusive com irregularidades detectadas, como ocorreu recentemente no caso do Hospital de Santa Maria, no Distrito Federal", diz o deputado.

Além do patrimônio público, prossegue Dr. Rosinha, está em jogo a saúde da população. "Não se pode fazer experimentos de administração com a saúde pública", argumenta.

Tramitação
O projeto terá análise conclusivaRito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações: - se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra); - se, depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total). Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário. das comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Juízes poderão ser demitidos em processo administrativo

Agência Câmara

A Câmara analisa Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 505/10, do Senado, que permite a perda de cargo por parte de magistrados e membros vitalícios do Ministério PúblicoA Constituição (art. 127) define o Ministério Público como uma instituição permanente, essencial ao funcionamento da Justiça, com a competência de defender a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais indisponíveis. O Ministério Público não faz parte de nenhum dos três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário. O MP possui autonomia na estrutura do Estado, não pode ser extinto ou ter as atribuições repassadas a outra instituição. Os membros do Ministério Público Federal são procuradores da República. Os do Ministério Público dos estados e do Distrito Federal são promotores e procuradores de Justiça. Os procuradores e promotores têm a independência funcional assegurada pela Constituição. Assim, estão subordinados a um chefe apenas em termos administrativos, mas cada membro é livre para atuar segundo sua consciência e suas convicções, baseado na lei. Os procuradores e promotores podem tanto defender os cidadãos contra eventuais abusos e omissões do poder público quanto defender o patrimônio público contra ataques de particulares de má-fé. O Ministério Público brasileiro é formado pelo Ministério Público da União (MPU) e pelos ministérios públicos estaduais. O MPU, por sua vez, é composto pelo Ministério Público Federal, pelo Ministério Público do Trabalho, pelo Ministério Público Militar e pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). em processos administrativos. Atualmente, a Constituição só admite a perda de cargo quando houver sentença judicial transitada em julgado.

Conforme a proposta, a decisão para a perda de cargo será tomada pelo voto de 2/3 dos integrantes do tribunal a que o magistrado (juiz, desembargador e ministro de tribunal superior) estiver vinculado. Os promotores e procuradores poderão perder o cargo por voto de dois terços dos membros do conselho superior da instituição a que eles estiverem vinculados.

Segundo o texto, porém, a medida não será aplicada a magistrados e membros do Ministério Público vitalícios à época da promulgação da emenda constitucional.

A autora da PEC, senadora Ideli Salvati (PT-AC), lembra que, antes da Constituição de 1988, a demissão de magistrados era prevista como pena máxima em processos administrativos. Depois, a punição administrativa máxima foi limitada à aposentadoria compulsória. "Nossos magistrados dispõem hoje de garantias institucionais de feições extremamente paternalistas", opina a senadora.

A PEC também elimina da Constituição a possibilidade de a aposentadoria compulsória do magistrado ser utilizada como medida disciplinar. "Parece-nos mais um prêmio, com o agravante dos custos de manutenção da aposentadoria serem suportados pela sociedade", afirma Salvati.

Perda de cargo
Conforme a PEC, o tribunal poderá determinar a perda de cargo do magistrado no caso de procedimento incompatível com o decoro de suas funções ou no caso de exercer outro cargo ou função, salvo a de professor; receber custas ou participação em processo; dedicar-se a atividade político-partidária; receber auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas.

No caso do integrante do Ministério Público, a perda de cargo poderá ocorrer por procedimento incompatível com o decoro da função ou por receber honorários, percentagens ou custas processuais; exercer a advocacia; participar de sociedade comercial; exercer qualquer outra função pública, salvo uma de professor; exercer atividade político-partidária; receber auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas.

Tramitação
A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovada, será encaminhada a uma comissão especial e depois ao plenário, onde deverá ser votada em dois turnos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

16° Curso Anual do NPC


16º Curso Anual do NPC: Inscrição!

NPC

Esse ano o curso do NPC homenageará os 100 anos da Revolta da Chibata. De 22 a 27 de novembro de 1910, no Rio de Janeiro, mais de dois mil marinheiros da Marinha do Brasil liderados por João Cândido Felisberto se rebelaram contra a aplicação de castigos físicos, ameaçando bombardear a cidade. Durante os seis dias de rebelião seis oficiais foram mortos. A repressão contra os revoltosos foi muito violenta, com prisões, mortes e fuzilamentos. João Cândido foi preso na Ilha das Cobras e internado em um hospital psiquiátrico. Em junho de 2008 lhe foi concedida anistia post mortem.

MC Leonardo (RJ), Associação Cantareira (SP), TV dos Trabalhadores (SP), revista Missões (SP), Beto Almeida (DF), Francisco Karam (SC), Silvio Mieli, Lalo Leal (DF), Tristan Bauer (Argentina), Blanca Eckout (Venezuela), Rosinaldo Miani, Bernardo Jofily, José Arbex, Hamilton de Souza, Maria Inês Nassif, Marcia Jacyntho, Adelaide Gonçalves, João Pedro Stédile, Renato Rovai, Die Linke, Orlando Zaconne, Leonardo Boff, Raquel Rolnik, Bia Barbosa. Estes já confirmaram presença. Outros ainda estão sendo convidados.

O 16º Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação pretende reunir sindicalistas, jornalistas e pensadores da Comunicação do Brasil e da América Latina para pensar desde a linguagem, passando pela pauta, o projeto gráfico, a fotografia, a charge, as redes sociais, o mundo da internet, a relação da imprensa dos trabalhadores com a África, e a criação da hegemonia político-cultural dos Estados Unidos e, obviamente, o mundo do trabalhado. Tudo naquele ritmo bem conhecido de muito estudo, muita reflexão e muita ternura.

O curso será realizado no Centro do Rio de Janeiro. Outras informações em breve aqui no nosso blog. Você vai encontrar todas as informações referentes ao 16º Curso Anual do NPC.

Tags: comunicação, NPC

África do Sul sedia encontro da esquerda africana

PORTAL VERMELHO

Terminou no último domingo (21) em Joanesburgo, capital da África do Sul, o 1º Encontro do Forum da Esquerda Africana (ALNEF, na sigla em inglês). O encontro foi precedido de uma Conferência Africana sobre Democracia Participativa. Estiveram presentes nos dois encontros 52 organizações provenientes de 28 países*.

Por Ana Maria Prestes Rabelo
A abertura do encontro foi realizada pelo Secretario Geral do Partido Comunista Sul Africano (PCSA) e também Ministro da Educação Superior, Blade Nzimande e a Ministra de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Maite Nkoana-Mashabane, que fez uma saudação especial às mulheres sul-africanas, porque este mês é dedicado à mulher, em memória à luta contra a restrição imposta à mobilidade dos negros, homens e mulheres, no interior de seu próprio país, há 60 anos.

O encontro começou com a constatação de que a África encontra-se em uma encruzilhada entre os aprendizados dos últimos 50 anos de independências e as possibilidades futuras. Segundo a ministra, "muitos dos estados africanos ainda são dirigidos por burguesias comprometidas com o neo-colonialismo, portanto os desafios ainda são gigantes, pois o legado deixado pelo colonizador é perpetuado na dependência dos africanos perante os colonizadores para se comunicar, viajar, resolver conflitos".

"O século 20 para a África foi marcado pelos processos de descolonização que foi acompanhado pelo aprofundamento da dependência econômica do continente. Contraditoriamente, o pós-colonialismo não conseguiu construir a unidade das nações africanas e o conceito de democracia participativa na África”. Segundo Blade, “significa o desenvolvimento dos movimentos de libertação, a superação da contradição entre Estado e massas, que podem ser parceiros, ao mesmo tempo em que se constroem movimentos fortes e estados progressistas", disse Blade.

Segundo Blade e Maite, a realização da Copa do Mundo 2010 na África do Sul ajudou a reverter parte destes problemas e também no processo de superação do “afro-pessimismo”, além de possibilitar que parte do investimento em infra-estrutura fosse direcionado para as comunidades mais necessitadas.

A perspectiva de construção do estado africano e sua economia deve caminhar lado a lado com a construção democrática e dos direitos humanos, apontou o encontro, pois o desenvolvimento social não poderia estar separado do crescimento econômico e institucional.

Deste modo, os africanos desacreditam a política da "good governance" como único guia, com o risco de caírem no burocratismo e na busca da austeridade vazia de significado. Segundo Maite, enquanto os especialistas estão sentados em suas salas tentando encontrar o conceito apropriado de pobreza, lá fora a dinâmica social corre intocada. E uma das respostas aos problemas africanos é ir à raiz dos movimentos tradicionais. “A sociedade civil deve ser parceira do Estado na transformação das nossas sociedades, desde que esta sociedade civil esteja calcada nos movimentos e associações legitimas de nossas comunidades”, acrescentou a Ministra. Deste modo, deve-se apostar no desenvolvimento das forças produtivas, da institucionalidade do Estado e das instituições que aprofundem a democracia local.

A esta introdução se seguiu um rico debate do qual se extraiu a declaração reproduzida abaixo. As discussões sobre a esquerda africana estiveram em destaque, como também os problemas a serem enfrentados na sua consolidação, seu conteúdo programático e os seus maiores desafios.

*África do Sul, Sudão, Ruanda, Etiopia, Lesotho, Zambia, Marrocos, Tunísia, Congo, Quênya, Gana, Namibia, Nigeria, Suazilandia, Tchade, Tanzania, Uganda, Zimbabue, Botswana, Senegal, Benin, Saara Ocidental, Belgica, Suecia, Espanha, Alemanha, Brasil.




Declaração da Conferência sobre Democracia Participativa na África e do Fórum da Esquerda Africana

Nós, delegados da Conferência sobre Democracia Participativa na África e do Fórum da Esquerda Africana, representando 52 organizações, provenientes de 28 países, incluindo três organizações de juventude e 28 partidos políticos, reunidos entre os dias 19 e 21 de agosto de 2010 em Joanesburgo declaramos o que segue:

1. A LUTA CONTINUA!

No momento em que celebramos os 50 anos de descolonização do nosso continente, notamos a ampla diversidade de experiências, de avanços populares e democráticos, de ganhos parciais, de estagnação e até mesmo, em muitos casos, de grandes retrocessos e a pesada opressão sobre forças progressistas. Em todos os cantos do nosso continente a luta pelas aspirações legitimas de democracia e avanços sociais e econômicos de nosso povo continuam.

Séculos de luta anti-colonial, décadas de mobilizações por libertação nacional, e 50 anos de ofensiva neocolonial, nos ensinaram uma importante lição - o avanço, o aprofundamento e a defesa dos objetivos interconectados da libertação nacional, unidade nacional, democracia vigorosa e avanços sociais e econômicos dependem de uma luta constante, mobilização popular, organização e vigilância.

A liberdade e a unidade de nossos povos e de todo o continente nunca cairão do céu, mas serão sempre conquistados através da luta dos trabalhadores e das forças populares.

Neste contexto rejeitamos as tentativas de alguns setores da União Africana (UA) de impor um apressado e único governo africano, um formado por alguns chefes de estado, muitos deles com mandatos sem legitimidade democrática dentro de seus próprios países. A unidade da África, a unidade de nossos povos será construída da luta, de baixo para cima, na base da mobilização contra as forças reacionárias e seus agentes locais.

Ao contrario do mito liberal de estabelecimento uma nova ordem mundial, com os estados do norte nos oferecendo sua ajuda, por todos os lados as forças imperialistas, seus agentes neo-coloniais e suas corporações transnacionais, estão ativas em construir uma efetiva recolonização do nosso continente. Esta agenda estratégica persistente assume várias formas - a expansão das intervenções militares, notadamente a persistência das bases militares francesas e a expansão do Africom, trabalhando com regimes militares locais; o suporte contínuo e seletivo de regimes autocráticos; a instigação de divisões étnicas e regionais; a anuência hipócrita frente a processos eleitorais fraudulentos; e a deliberada ação que mina a capacidade de estados africanos e seus setores públicos de disciplinar o capital e avançar no desenvolvimento.

Nosso continente é rico em população e recursos naturais, e mesmo assim o nosso povo vive em estado de pobreza.

2. DESENVOLVIMENTO AFRICANO E CRISE CAPITALISTA GLOBAL

A Conferência e o Fórum tomam como ponto de partida a realidade que impacta a vida da grande maioria da população de nossos países, ao invés do prometido econômico, o capitalismo nos legou uma crise insistente de pobreza, desemprego, destruição de recursos naturais, fome e a amarga luta pela sobrevivência. Não pode haver estabilidade, paz, democracia real e pleno desenvolvimento humano sob a dominação do capitalismo - um sistema que parte do predicado da exploração e da opressão da grande maioria dos povos do mundo.

Rejeitamos a visão simplista de que a atual crise econômica global é mero produto da falta de administração do sistema financeiro global pelos banqueiros gananciosos.

A atual instabilidade da economia global é uma característica inerente do capitalismo e a África pode uma vez mais pagar um alto preço pelos males causados pelo sistema capitalista global.

Empenharemos-nos no trabalho para promover o pleno desenvolvimento social e econômico da África baseado nas necessidades do povo africano e não nos lucros privados e proteger o trabalho e os recursos naturais africanos de uma nova rodada de exploração capitalista global; ao mesmo tempo em que o sistema capitalista global luta para reconquistar suas taxas de lucro em queda. Vemos esta batalha como parte da luta por democracia e direitos humanos na África.

3. Sobre as mudanças climáticas e destruição de recursos naturais

Temos notado o crescimento de um consenso cientifico internacional de que a atual trajetória de crescimento da economia global está rapidamente destruindo as condições biofísicas de existência de uma civilização humana. Acrescentamos a isto que enquanto são os padrões econômicos e de consumo dos países desenvolvidos do norte que podem ser apontados como os principais promotores desta crise que se aprofunda, serão os povos do sul que sofrerão os maiores impactos da crise. No coração da crise ecológica estão as premissas do capitalismo global de expansão contínua da reprodução dos lucros privados.

Nossa luta pelo socialismo é uma luta para fazer com que as necessidades sociais e não os lucros privados sejam a prioridade estratégica. Deste modo, a luta pelo socialismo deve ser simultaneamente uma luta pela sustentabilidade ecológica.

Apoiaremos todos os esforços no sentido de buscar um desenvolvimento baseado nas fontes de energia renováveis dentro de uma ordem econômica e social justa e democrática.

Na busca por novas fontes de energia e de proteção do meio ambiente seremos sempre guardiões contra as manobras do imperialismo sobre os países em desenvolvimento na África e a usurpação de sua mão de obra e recursos naturais.

4. SOLIDARIEDADE DA ESQUERDA GLOBAL

Em todo o mundo, não somente no sul global, forças progressistas e populares estão uma vez mais percebendo que suas lutas diversas estão intrinsecamente ligadas às lutas contra o capitalismo. Nós, forças progressistas do continente africano, lutaremos de perto e continuaremos aprendendo com as ricas experiências dos movimentos sociais, de mulheres, jovens, indígenas, trabalhadores e partidos políticos, nas lutas anticapitalistas.

Como Fórum da Esquerda Africana, trabalharemos para forjar laços mais ativos com outras forças progressistas, não somente em nosso continente, mas também na America Latina, Ásia e outras partes do mundo.

Estamos encorajados pelos importantes avanços da esquerda na América Latina e cremos que os diversos projetos de esquerda neste continente, incluindo Brasil, Bolívia, Venezuela e Equador trazem importantes paralelos e lições para nossas lutas no continente africano. Reafirmamos nosso profundo agradecimento ao apoio internacionalista que Cuba tem consistentemente provido ao nosso povo, e seguiremos expandindo nossas ações de solidariedade na defesa do socialismo cubano.

O CAMINHO A SEGUIR

Como prosseguimento desta luta, resolvemos intensificar nossas interações. De agora em diante nos encontraremos anualmente. Para preparar nossos encontros anuais e assegurar sua continuidade e prosseguimento, estabelecemos um secretariado da ALNEF. Entre outras coisas iremos consolidar a ALNEF e sua página web para atuar como um depositário das discussões e debates em curso. Alem dos encontros anuais, também realizaremos encontros focados em lutas setoriais. Para tanto resolvemos realizar em fevereiro do próximo ano uma Conferência Internacional sobre Mulheres na África.

Coletivamente, como rede e individualmente como organizações separadas seguiremos levando para nossas bases as ideias, perspectivas e campanhas que estabelecemos ao longo dos últimos dias.

AMANDLA NGAWETHU! (Poder para o povo!)

YA UMAAL ALALAM WA CHOUB EITHEDU! (Trabalhadores e Povos do Mundo
Uni-vos!)

MAPABMBANO! BADO YANAENDELEA! (A luta continua!)

Joanesburgo, 21 de agosto, 2010