Proposta de Pavan superexplora os policiais militares a ainda manda a polícia trabalhar para quem pode pagar, deixando quem não pode pagar à mercê da violência.
A APRASC é veementemente contrária a proposta do governador Leonel Pavan (PSDB) de institucionalizar o bico nos dias de folga entre os policiais militares. Pelo que foi veiculado pelo Grupo RBS, Pavan tenta fazer com que nos bicos para empresas ou estabelecimentos privados, os PMs trabalhem fardados e com as armas do Estado. O Estado poderia até abrir mão da hora extra, desonerando os cofres do governo, já que todos passariam a trabalhar para empresas privadas, que pagariam pelos serviços. Para as empresas seria interessante, pois teriam um policial militar, fardado, à sua disposição, pagando muito pouco em comparação ao que deve custar a segurança pública para a sociedade.
Esta maneira de regularizar os bicos faria o Estado “atender ainda mais quem tem dinheiro, enquanto quem não tem dinheiro continue morrendo por falta de segurança”, explica o presidente licenciado da APRASC e deputado Sargento Amauri Soares. “Seria acabar com a jornada de trabalho, privatizar os serviços, abandonar a população carente e ir trabalhar apenas para quem paga. A única proposta possível é arquivar o projeto e nunca mais falar neste assunto”, afirma.
O Estado só poderá garantir uma renda decente aos PMs se realmente valorizar os trabalhadores oferecendo-lhes melhores salários e respeitando seus direitos adquiridos com muita mobilização e luta. Pois os policiais já cumprem quarenta horas semanais na caserna, e podem trabalhar ainda mais 40 horas extras por mês. Há também várias escalas em que os policiais militares trabalham mais do que 40 horas extras, sem receberem nenhum real a mais por isto. Obrigá-los financeiramente a trabalharem ainda mais quarenta horas por semana é absurdo.
A APRASC é sim a favor da descriminalização do bico enquanto os trabalhadores não forem recompensados como deveriam para conseguirem prover às suas famílias tudo o que a Constituição lhes garante. Atualmente, os policiais militares que fazem bico são discriminados e perseguidos pelo comando.
A APRASC também solicita que o Diário Catarinense corrija o valor dos salários dos policiais divulgados na matéria, que na verdade é de R$ 1646. O valor publicado pelo jornal inclui gratificações e horas extras, que são verbas variáveis, pois nem todos recebem. Como, por exemplo, os que estiverem de licença médica, que com os descontos não recebem mais que R$ 1400.
site da Aprasc
terça-feira, 25 de maio de 2010
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