terça-feira, 25 de maio de 2010

Conforme estudo do Valor Data, o lucro líquido das companhias registrou um salto de 57,3%, alcançando R$ 13,9 bilhões

Dieese

Um ano depois do auge da crise internacional, o resultado das companhias abertas no primeiro trimestre mostra que as empresas voltaram rapidamente aos tempos dos bons lucros. Houve crescimento em todas as linhas dos balanços, considerando 231 empresas, exceto as de intermediação financeira e as gigantes Vale e Petrobras - que por seu tamanho distorcem a amostra.

Conforme estudo do Valor Data, o lucro líquido das companhias registrou um salto de 57,3%, alcançando R$ 13,9 bilhões. A evolução é significativamente maior que a da receita líquida, que foi de 16,5% e somou R$ 172,5 bilhões.

Em geral, as empresas melhoram todas as margens, começando pela bruta. O lucro bruto cresceu 18,8%, para R$ 58 bilhões. A alta dos custos ainda não se concretizou no começo deste ano para alguns setores, enquanto para outros a atividade da economia permitiu o repasse. Além disso, nesses 12 meses, as companhias consolidaram os esforços de ganhos de eficiência, com cortes de despesas.

"No primeiro trimestre houve melhora geral, até mesmo das exportadoras. Mas, mais uma vez, os destaques foram as empresas com atuação no mercado doméstico", afirma Cida Souza, estrategista da Itaú Corretora.

Contudo, as boas notícias dos resultados e das previsões não se refletiram nos preços das ações na bolsa de valores. As tensões importadas da Europa e da China estão afugentando os investidores estrangeiros, pressionando para baixo o Índice Bovespa.

A despeito dos humores do mercado, a expectativa é que os próximos trimestres continuem mostrando desempenho forte dos balanços. No começo do ano, os analistas Carlos Sequeira e Antonio Junqueira, do BTG Pactual, esperavam que o lucro somado das cerca de cem empresas acompanhadas pelo banco mostrasse um crescimento de 25% em relação a 2009. Após acompanhar a intensidade da economia interna, a projeção do banco subiu para 37%. Isso indica que os avanços do primeiro trimestre não decorrem apenas da fraca base de comparação de 2009, mas de uma recuperação consistente da atividade.

"A bolsa está cada vez mais barata. Não só porque o preço das ações está caindo, mas também porque o lucro das empresas está aumentando", diz Sequeira.

Para o futuro, há riscos, mas todos do cenário externo. As maiores preocupações são com um agravamento da situação na Europa e, principalmente, com uma eventual desaceleração abrupta da China

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