quarta-feira, 12 de maio de 2010

Corregedoria da PF quer investigação sobre Tuma Júnior

Secretário nacional de Justiça é suspeito de envolvimento com integrantes da chamada máfia chinesa

A Corregedoria Regional da Polícia Federal (PF) em São Paulo deu parecer favorável à abertura de inquérito para apurar suspeitas de envolvimento do secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, com integrantes da chamada máfia chinesa.

Em nota divulgada hoje, a Polícia Federal trata como indícios contra o secretário as gravações de conversas telefônicas entre Tuma Júnior e Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li, apontado como um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo. A PF informou que esses indícios estão sob segredo de Justiça e que o uso de gravações no possível inquérito policial ainda depense de autorização judicial.

Na nota, a PF lista a sequência de operações realizadas de 2007 a 2009.Foram citadas as operações Persona, Trovão, Wei Jin e Linha Cruzada. Todas elas tinham o objetivo de desmantelar esquemas fraudulentos de comércio exterior. Um dos esquemas chegou a contar com a participação de uma agente da Polícia Federal que ilegalmente teria cobrado por emissão de passaporte na superintendência da instituição em São Paulo.

A PF esclarece que Tuma Júnior não fazia parte do rol dos investigados nas quatro operações, nem teve suas linhas telefônicas interceptadas. No entanto, segundo a PF, durante o monitoramento, foram registrados frequentes diálogos telefônicos entre Tuma Júnior e os investigados.

A nota diz ainda que, após a deflagração da operação Wei Jin, em setembro de 2009, Tuma Júnior procurou espontaneamente a PF para esclarecer suas relações com Paulo Li, preso apontado como integrante da chamada máfia chinesa e que liderava um esquema de contrabando de celulares. No entanto, o depoimento do secretário não faz parte do inquérito.

— O termo de declarações não foi juntado ao inquérito da Operação Wei Jin por não ter relação direta com os fatos apurados naquele procedimento — explica a nota.

— Os diversos indícios sobre o possível envolvimento do secretário nacional de Justiça constam de diferentes procedimentos, todos sob segredo de Justiça. Dessa forma, a Polícia Federal depende de autorização judicial para uso do material visando à instauração de inquérito policial específico para apurar a prática, em tese, de crime contra a Administração Pública — conclui a nota.

AGÊNCIA BRASIL
Diário Catarinense

Nenhum comentário:

Postar um comentário