quinta-feira, 29 de julho de 2010

Unasul se reúne hoje para mediar crise entre Venezuela e Colômbia



Do UOL Notícias*

Em São Paulo

A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) realiza na tarde desta quinta-feira (29) uma extraordinária reunião de chanceleres para tentar superar a tensão regional instaurada com a denúncia de que guerrilheiros ativos na Colômbia teriam abrigo em território da Venezuela.

Tensão na América do Sul

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De um lado, a Colômbia pede que uma comissão internacional investigue esses supostos acampamentos. De outro, a Venezuela nega leniência e acusa o país vizinho de mentir. O tema provocou o rompimento das relações diplomáticas bilaterais, às vésperas do fim do mandado do presidente colombiano Álvaro Uribe, que em 7 de agosto entregará o cargo para Juan Manuel Santos.

Oficialmente, a reunião em Quito (Equador) serviria para apaziguar os ânimos, permitindo uma transição presidencial menos conturbada, mas a expectativa de uma solução definitiva é pequena, já que os governos de Bogotá e Caracas anunciaram que não vão abrir mão de suas posições divergentes, e de acordo com o estatuto da Unasul as decisões do organismo são tomadas por unanimidade.

Nos últimos dias, o chanceler venezuelano, Nicolas Maduro, realizou um giro diplomático pela América do Sul, com o objetivo de apresentar seu “plano de paz” aos governos de Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Peru e Bolívia.

“Vimos as perspectivas do processo que a Unasul inicia na quinta-feira em Quito, onde a Venezuela, recolhendo na América do Sul as consultas, as ideias, vai levar uma proposta de plano de paz, porque temos que solucionar o problema de fundo, que é a guerra na Colômbia”, afirmou Maduro.

Do lado colombiano, as autoridades adiantaram que qualquer plano de entendimento deve passar pela desmobilização dos guerrilheiros.

“Se querem ajudar a superar o problema com os guerrilheiros, então que digam à guerrilha que está lá [na Venezuela] que se desmobilize, que os procuradores da Colômbia irão até lá para trazê-los, submetidos a todas as garantias da Lei Justiça e Paz”, rebateu Uribe, referindo-se às garantias oferecidas pela Colômbia para os guerrilheiros que abandonas as armas.

“Quando a cobra está perdendo o oxigênio, com a corda apertada, mostra a cabeça e olha pedindo compaixão. Se alguém afrouxa a corda, ela recupera o ar e o envenena”, comparou o presidente, alertando para uma eventual “armadilha” no plano de paz venezuelano.

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O chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, também fez uma referência negativa à proposta que Venezuela estaria discutindo com os mandatários sul-americanos. “O verdadeiro plano de paz passa por não existir um lugar do mundo, nem físico nem político, onde as Farc ou algum outro grupo criminoso possam estar. O verdadeiro plano de paz é capturar estes criminosos onde quer que estejam”.

Na condição de anfitrião da reunião de hoje, o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, afirmou que “cada um terá o direito à palavra, para que de maneira respeitosa, cordial e amistosa, com muito cuidado, expressem suas opiniões”.

“Se o chanceler Maduro tem uma proposta de paz, devemos escutá-la. Se o chanceler Bermúdez tem um requerimento em relação à Venezuela com relação ao tema da presença de forças irregulares ali e de mecanismos concretos que quer tratar, vamos escutar”, acrescentou Patiño.

A crise foi intensificada justamente depois de uma reunião na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, na qual a Colômbia exibiu fotografias e mapas que comprovariam a presença de acampamentos guerrilheiros em territórios venezuelanos.

Assim que o representante colombiano terminou sua apresentação, o presidente Hugo Chávez negou as acusações e anunciou ao vivo, pela televisão, o rompimento das relações com o país vizinho.

*Com informações de agências internacionais e TeleSUR

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