DIÁRIO CATARINENSE
19 de outubro de 2011 | N° 9330
INVÁLIDOS DA ASSEMBLEIA
Servidores fazem protesto
Segundo sindicato, polêmica sobre as aposentadorias por invalidez coloca “todos no mesmo balde”
Quem entrou ontem na Assembleia Legislativa não pôde deixar de perceber os baldes e escovas espalhados pelo saguão. Foi a primeira reação do Sindicato dos Servidores (Sindalesc) ao que consideram uma generalização na polêmica que envolve as 111 aposentadorias por invalidez com suspeitas de irregularidade no Legislativo. Para os sindicalistas, estão “colocando todos no mesmo balde”.
Com as palavras “ética”, “tranparência”, “respeito”, “moralização”, “democracia” e “concurso”, os baldes foram colocados no início da tarde, pouco antes da assembleia geral da categoria, às 13h30min. O encontro se estendeu por toda a tarde e definiu que uma comissão do Sindalesc vai procurar o presidente Gelson Merisio (PSD) para pedir que as investigações cheguem também aos médicos e políticos que avalizaram as aposentadorias suspeitas. Caso contrário, as escovas e os baldes serão usados em uma faxina simbólica da fachada.
Ao final da reunião, que reuniu cerca de 150 pessoas no auditório Antonieta de Barros, na própria AL, o Sindalesc aprovou uma carta à sociedade catarinense em que exige “total transparência administrativa na apuração das supostas irregularidades”.
A entidade diz querer que “seja esclarecido aos catarinenses o que realmente acontece nos bastidores da política” e que “é imprescindível evidenciar que por trás de cada suposta irregularidade existem interesses políticos e individuais que sempre estiveram e, ainda estão, acima do interesse coletivo.”
O encontro, nas palavras do presidente Rubenvaldo da Silva, também tinha entre seus objetivos fazer os servidores desabafarem. Foram várias manifestações, que deixaram evidente o desconforto causado pela exposição do caso em nível nacional, pelo Fantástico, da Rede Globo.
– Não vamos esperar que nenhum deputado faça nossa defesa. Aquilo ali é uma cambada de fantoche, só querem elogio da imprensa – disse Zulmar Saibro, presidente da Associação dos Funcionários da Assembleia.
– Faz 30 anos que essa gente se aposentou, nós já estamos quase nos aposentando e vamos acabar pagando essa conta – afirmou Sâmia de Souza, ex-dirigente do Sindalesc.
Deputados e imprensa recebem críticas
A maioria das manifestações criticava a posição do deputado Jailson Lima (PT), autor das primeiras denúncias, a cobertura da imprensa e o presidente Merisio, por causa da convocação dos 16 inválidos considerados saudáveis pelo Instituto de Previdência de Santa Catarina (Iprev), após as perícias, e pela extinção da Junta Médica da Assembleia.
Alguns servidores chegaram a dizer que os aposentados estão sendo expostos para tirar a atenção dos gastos com a reforma em andamento no Legislativo. Outros, questionaram o excesso de comissionados na Assembleia e terceirizados em relação aos servidores que são efetivos.
O encontro teve participação de representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Federação Nacional dos Servidores dos Poderes Legislativos (Fenale) e da Confederação dos Servidores do Poder Legislativo e Tribunais de Contas do Brasil (Confelegis).
upiara.boschi@diario.com.br
UPIARA BOSCHI
A NOTICIA
Coluna – Canal Aberto
19 de outubro de 2011. | N° 1286
CANAL ABERTO | EDITORIA DE POLÍTICA - Interino
PROTESTO NA ASSEMBLEIA
Quem entrou ontem na Assembleia Legislativa não pôde deixar de perceber os baldes e as escovas espalhados pelo saguão. Foi a primeira reação do Sindicato dos Servidores (Sindalesc) ao que consideram uma generalização na polêmica que envolve as 111 aposentadorias por invalidez com suspeitas de irregularidade. Para os sindicalistas, estão “colocando todos no mesmo balde”.
Com as palavras como ética, transparência, respeito e concurso, os baldes foram colocados no início da tarde, antes da assembleia geral da categoria. O encontro definiu que uma comissão do Sindalesc vai procurar o presidente Gelson Merisio (PSD) para pedir que as investigações cheguem também aos médicos e políticos que avalizaram as aposentadorias. Caso contrário, as escovas e os baldes serão utilizados em uma faxina simbólica da fachada do Legislativo. O Sindalesc aprovou carta à sociedade em que exige “transparência administrativa na apuração das irregularidades”.
NOTICIAS DO DIA
Estigmatizados pelo escândalo dos "inválidos", servidores da Assembleia protestam
Categoria reclama da generalização e diz que os deputados também têm culpa no cartório
Marcelo Tolentino |
Funcionários colocaram baldes e esfregões com palavras de protesto no hall da Casa
Taxados de “malandros” e “marajás” depois do escândalo dos aposentados por invalidez “saudáveis” da Assembleia Legislativa, servidores da Casa realizaram, nessa terça-feira (18), ato para dividir a responsabilidade com os políticos e pedir transparência. Cerca de 200 baldes com palavras como ética, respeito e moralização foram espalhados pelo hall do Palácio Barriga Verde como forma de protesto.
Para eles, se houve má fé por parte de funcionários, os deputados também têm culpa no cartório se algum aposentado por invalidez recebeu o benefício de forma irregular. “Não somos nós que damos a canetada. O servidor não é o único culpado do que está acontecendo. E, além do mais, colocaram todos nos mesmo saco”, protestou o presidente do Sindalesc (Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa), Rubenvaldo da Silva.
“Hoje o servidor não consegue mais andar na rua. É alvo de chacota. E tem gente que entra às 7h e não tem hora pra sair”, lamenta ele. Em assembleia geral, a categoria aprovou uma carta, dirigida à sociedade, na qual explica que está sendo estigmatizada. “Os servidores da Assembleia trabalham e são honestos. Atos de corrupção e os desmandos não são gerados por nós”, observou Silva.
A Sindalesc entende que a realização de concurso público funcionaria como fator moralizador. Hoje, a Casa tem 961 servidores comissionados, 103 cedidos de outros órgãos e 691 efetivos. “Sem falar nos terceirizados que não temos ideia do número. Já pedimos informações, mas não nos passam”, reclama o presidente do sindicato.
Sem concurso público, a Casa contrata quem quer, critica Rubenvaldo da Silva. “É deputado que não se elegeu, mulher e filho. O que mais tem é apadrinhado."
Depois do Ministério Público e do Iprev (Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina), agora o caso será investigado pela polícia, que abriu inquérito e irá ouvir os 111 inválidos suspeitos.
Paulo Alceu
A vida segue
Foi concluída a auditoria na Assembleia envolvendo desde servidores até procedimentos internos. Medidas serão anunciadas. Certamente acompanhadas pelo Ministério Público com Termo de Ajustamento de Conduta. Pra resolver....
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